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Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

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pécies como partes integrantes das cadeiasalimentares e reprodutivas a que todas pertencem.E isso é tarefa complexa e custosa.Um exemplo ajuda a entender. Há algunsa<strong>no</strong>s, uma bióloga de Mato Grossodecidiu estudar a biodiversidade da Chapada<strong>do</strong>s Guimarães. Para isso, tomou comoponto de partida três tipos diferentesde goiabeira que existem ali. Ao fim dequase <strong>do</strong>is a<strong>no</strong>s de estu<strong>do</strong>, havia verifica<strong>do</strong>que cada uma das goiabeiras era fertilizadapor agente diferente, pássaros diferentes.E cada uma delas se reproduziatambém por caminhos diversos - uma, espalhan<strong>do</strong>suas sementes através das fezesde um morcego que comia as goiabas; asoutras, via fezes de outros <strong>do</strong>is tipos depássaros.A bióloga foi estudar então o morcegoe os cinco pássaros envolvi<strong>do</strong>s na fertilizaçãoe na reprodução das goiabeiras. Everificou que cada um deles também se alimentavade espécies diferentes. Até ai chegaraseu estu<strong>do</strong>. Mas já com a certeza deque, se um dia conseguir finalizar seu estu<strong>do</strong>,terá envolvi<strong>do</strong> na vida das três goiabeirasto<strong>do</strong> o ecossistema da Chapada <strong>do</strong>sGuimarães. E precisará estudar, em seguida,as relações desse ecossistema com osecossistemas confinantes.Neste ponto, convém ressaltar o quediz o espanhol José Esquinas Alacazar, quedirige a Comissão da FAO (Organizaçãopara a Alimentação e a Agricultura, dasNações Unidas) para Recursos GenéticosVegetais: <strong>do</strong> início deste século para cá, jádesapareceram mais de metade das variedades<strong>do</strong>s 20 alimentos mais importantespara espécie humana, aí incluí<strong>do</strong>s o arroz,o trigo, o milho, o feijão, a aveia, a cevada,a ervilha. Nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, nessemesmo perío<strong>do</strong>, desapareceram 80% dasvariedades de frutas e hortigranjeiros.Processos comerciais de <strong>do</strong>mínio demerca<strong>do</strong>s via seleção de sementes comcerteza influíram decisivamente. Mas, sejacomo for, vamos depender cada vez mais,<strong>no</strong> futuro, de <strong>no</strong>vas espécies que, inclusivepor cruzamentos genéticos, produzirãovariedades mais resistentes a pragas e acidentesclimáticos (mesmo porque quan<strong>do</strong>desaparece uma espécie, com ela se perdemcombinações genéticas únicas, querespondem por sabores, valores nutritivos,capacidade de adaptação a solos e clima,resitência a preda<strong>do</strong>res etc).Mas, como demonstrou a biólogamato-grossense,a preservação das espéciesdepende da preservação das cadeias alimentarese reprodutivas, da preservação<strong>do</strong> ecossistema como um to<strong>do</strong>. Uma espécieisolada pode não resistir. Basta vero exemplo da tentativa de implantar castanhaishomogéneos, <strong>no</strong> Pará, com o propósitode produzir castanhas de mo<strong>do</strong> maiseconómico, num espaço fecha<strong>do</strong>. Isoladas<strong>do</strong> seu ecossistema, as castanheiras se revelaramestéreis.O <strong>Brasil</strong> foi o primeiro signatário daconvenção de proteção da biodiversidade,A morte de umindivíduo, entre osíndios Bororó,desencadeia umlongo ciclo derituais, danças,cantos, caçadas epescarias coletivas erepresentaçõescerimoniais, quetêm por objetivoefetuar a passagemda "alma" para aaldeia <strong>do</strong>s mortos ereorganizar asociedade <strong>do</strong>s vivos.que perdeu um deseus membros. FotoLuís Grupioni.

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