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Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

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Caboclos dançam<strong>no</strong> terreiro llê AxéOssaim Darê. de PaiDoda de Ossaim.Foto Luís Grupioni.(Gonçalves da Silva, 1992) 9 . Grande parte<strong>do</strong>s pais e mães-de-santo que atualmentechefiam terreiros de can<strong>do</strong>mblé na capitalpaulista, passaram anteriormente pelaumbanda. Se nesta passagem, às entidadesde umbanda como as ciganas, pretos--velhos, pombagiras, Exús, etc são muitasvezes excluídas, o caboclo é, na maioria dasvezes, tolera<strong>do</strong>."(...) em geral tem-se na figura <strong>do</strong> cabocloum intermediário que separa e aproximaestas religiões. No can<strong>do</strong>mblé, frequentemente,a possessão pelo caboclo éaceita somente depois de completa<strong>do</strong> uma<strong>no</strong> de iniciação <strong>do</strong> iaô (filho-de-santo, pessoaque passou pelos rituais de iniciação).momento, aliás, em que lhe é retira<strong>do</strong> ocontra-egum 10 (fio de palha trança<strong>do</strong> usa<strong>do</strong><strong>no</strong> braço, cuja finalidade é dar proteçãocontra os eguns - espíritos <strong>do</strong>s mortos).A incorporação <strong>do</strong> caboclo costumaser vista <strong>no</strong>s terreiros queto como uma"consessão", pois <strong>no</strong> modelo "mais puro"de can<strong>do</strong>mblé (como idealmente se vêemestes terreiros) não deveria existir caboclo."(Gonçalves da Silva, 1992: 98).No recente processo de reafricanização<strong>do</strong>s can<strong>do</strong>mblés queto de São Paulo, o cabocloaparece como uma figura incómoda.Gozan<strong>do</strong> da preferência <strong>do</strong>s fiéis, muitos<strong>do</strong>s quais com passagem pelaumbanda, é condena<strong>do</strong> pelo crescenteprestígio daqueles terreiros que vão diretamenteà Africa na busca de origens e dapurificação <strong>do</strong> ritual. O prestígio <strong>do</strong> caboclojunto ao povo de santo, atesta<strong>do</strong> tantona Bahia (Santos, 1992) como em SãoPaulo (Gonçalves da Silva, 1992), se deveao contato direto desta entidade como público religioso: ao caboclo o povo contaos seus problemas, <strong>do</strong>res e <strong>do</strong>enças, solicitafavores e pede proteção. Enquanto oorixá africa<strong>no</strong> é distante e a relação comele se dá mediante a intervenção <strong>do</strong> pai--de-santo ou <strong>do</strong>s altos cargos hierárquicos<strong>do</strong> terreiro, o contato com o caboclo é direto."Na minha casa tenho caboclo sim;porque, veja bem, minha formação eraumbandista. o can<strong>do</strong>mblé não tem esse la<strong>do</strong>,pode dar passagem aqui <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>. Lána Africa só existe orixá. Na minha casatem caboclo porque o santo não fala, eletraz a mensagem mas ele não fala, a nãoser com ogã ou equede e muito baixinho,ele não fala em público, em voz alta. E aspessoas vão buscar <strong>no</strong> can<strong>do</strong>mblé uma palavrade conforto, um amparo. Então eusou mãe-de-santo <strong>do</strong> can<strong>do</strong>mblé mas paraconforto da comunidade a gente temque abrir mão e usar este escravo <strong>do</strong> santoque é o caboclo."(Mãe Neuza de Oxóssi,ex-umbandista e atualmente chefe deum terreiro de can<strong>do</strong>mblé <strong>do</strong> rito queto.

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