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Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

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Este projeto tem razões, contor<strong>no</strong>s eobjetivos níti<strong>do</strong>s. Cria-se a comissão nãopara que ela se constitua como pólo de poderou grupo de pressão; não para se substituiràs organizações governamentais enão-governamentais; não para acionar intervençõespontuais em questões urgentes,como o faz em seu belo trabalho a"Ação pela Cidadania"; não para estabelecerum fórum de debates, um grupo deestu<strong>do</strong>s ou qualquer espécie de parlamentoque viesse a refletir e propiciar o entendimentosobre divergências <strong>do</strong>s movimentose organizações. Nem académica, nempolítico-partidária, a comissão deve seraquela instância cultural que visa considerara mudança <strong>do</strong>s <strong>no</strong>ssos referenciais ralativosà questão indígena, elaborar seusenti<strong>do</strong> e favorecer a transformação medianteo incentivo e a instrução <strong>do</strong> debatee a proposta de mudanças concretas <strong>no</strong>que diz respeito aos aspectos jurídicos envolvi<strong>do</strong>spela questão.O momento parece-<strong>no</strong>s maduro paraesta iniciativa. Sensíveis a ele a SecretariaMunicipal de Cultura e a Secretaria de NegóciosJurídicos da Cidade de São Paulonão querem se esquivar a trazer sua colaboraçãonesta empresa que as celebraçõesde 1992 parecem tender a ig<strong>no</strong>rar. E taisiniciativas tornam-se oportunas quan<strong>do</strong> sabemosque neste momento a FUNAI preparaum <strong>no</strong>vo Estatu<strong>do</strong> <strong>do</strong> índio, que aONU prepara a formulação de uma declaraçãouniversal <strong>do</strong>s Direitos <strong>do</strong>s Povos Indígenas,trabalhos que exigem <strong>no</strong>ssa intervençãoe colaboração".No início de outubro de 91 já havíamosreuni<strong>do</strong> juristas, parlamentares, antropólogos,jornalistas e personalidades diversasque de um ou outro mo<strong>do</strong> haviam setorna<strong>do</strong> amigos <strong>do</strong>s índios. Com efeito,aceitaram <strong>no</strong>sso convite Alain Moreau,Bruce Albert, Carlos Frederico Marés,Darcy Ribeiro, Dalmo de Abreu Dallari,Eduar<strong>do</strong> M. Suplicy, Fábio Feldman, GerôncioAlbuquerque Rocha, José Ge<strong>no</strong>í<strong>no</strong>,José Carlos Sabóia, José Roberto Santoro,Lux Vidal, Manuela Carneiro daCunha, Márcio Santilli, Milton Nascimento,Marlui Miranda, D. Pedro Casaldáliga,Priscila Siqueira, Severo Gomes, SérgioA<strong>do</strong>r<strong>no</strong>, Sílvio Coelho <strong>do</strong>s Santos e WashingtonNovaes. Marilena Chauí, tambémmembro da comissão, a acolhia na SecretariaMunicipal de Cultura de São Paulo.O prof. Dalmo Dallari, Secretário <strong>do</strong>s NegóciosJurídicos, foi escolhi<strong>do</strong> seu Presidente,e Laymert Garcia <strong>do</strong>s Santos, alémde membro, Secretário-Geral.Através de sua Prefeitura, São Paulotornava-se, assim, uma cidade que fazia ummovimento de abertura em direção aos índios,movimento que aliás já se esboçaralogo <strong>no</strong> início da gestão de Luiza Erundina,quan<strong>do</strong> a Casa <strong>do</strong> Sertanista, que seencontrava aban<strong>do</strong>nada e maltratada, passoua ser a Embaixada <strong>do</strong>s Povos da Florestae, uma vez recuperada, sediou as atividades<strong>do</strong> Núcleo de Cultura Indígena,lidera<strong>do</strong> por Ailton Krenak. Mas tal movimento,entretanto, não era um capricho<strong>do</strong>s governantes da cidade. Pouco antes daComissão índios <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> começar a funcionar,uma pesquisa encomendada aoDataFolha pela Professora Margareth E.Keck, para uma tese de <strong>do</strong>utoramento daUniversidade de Yale, revelava que 85%da população da Grande São Paulo concordavamque as terras indígenas deviamser preservadas "mesmo que sejam áreasimportantes para o desenvolvimento económicobrasileiro".Aos <strong>no</strong>ssos olhos, a pesquisa forneciaduas indicações preciosas. Em primeiro lugar,mostrava que havia sintonia entre aPrefeitura e a população metropolitanaquanto à abertura para a questão indígena.Por outro la<strong>do</strong>, os da<strong>do</strong>s apontavamalgo para nós surpreendente: a preservaçãodas terras indígenas parecia expressarO procura<strong>do</strong>r daRepública WagnerGonçalves fala sobreas propostas derevisão <strong>do</strong> Estatuto<strong>do</strong> índio <strong>do</strong> CIMI.ND1 e FUNAI numadas audiênciaspúblicas promovidaspela Comissão. FotoFernan<strong>do</strong> Conti.

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