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Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

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4. Ver o estu<strong>do</strong> de Farage sobre a imbricação dasrelações intertribais e interétnicas <strong>no</strong> rio Branco(1991).5. Intervenções estas que o Esta<strong>do</strong> tem o mo<strong>no</strong>póliode exercer, desde a época <strong>do</strong> SPI: "a pacificaçãonão é o primeiro contato... é o momento <strong>do</strong> desempenhode atos heróicos, da legitimação <strong>do</strong> SPI,que só ele poderia realizar , tornan<strong>do</strong> seus possíveisconcorrentes incapacita<strong>do</strong>s para o trabalho compopulações indígenas" (Lima, 1992:115).6. Em manchete <strong>no</strong> Jornal <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>no</strong> Dia <strong>do</strong> índiode 1986, Memelia Moreira escreve: "índio querser respeita<strong>do</strong>" e pergunta: "o que esperam os arredios?"Como indica a jornalista, "os arredios nãoocupam as manchetes, desconhecemos as de<strong>no</strong>minações<strong>do</strong>s grupos e só sabemos da existência delesquan<strong>do</strong> acontece o encontro casual com seringueiros,caça<strong>do</strong>res de pele e outros explora<strong>do</strong>res.Eles desconhecem os caminhos de Brasília, jamaisouviram falar da Funai e não podem vir reivindicarseus direitos ou pedir dinheiro". Hoje, por força dapolítica de proteção que setores governamentais epro-índio assumiram, a situação mu<strong>do</strong>u: os arrediossão, sim, manchete de jornais. Na maioria <strong>do</strong>s casos,porém, só aparecem como pa<strong>no</strong> de fun<strong>do</strong> nas<strong>no</strong>tícias que anunciam seu "contato" por parte deuma frente da Funai. Tornam-se <strong>no</strong>tícia porque entram,pelas mãos da Funai, na história. Depois, desaparecem<strong>do</strong> <strong>no</strong>ticário. Só voltarão ao cenárioquan<strong>do</strong> forem <strong>no</strong>ticiadas consequências de epidemias,invasão de suas terras, ou mais tarde, quan<strong>do</strong>tiverem, como fizeram os Kaiapó, encontra<strong>do</strong> caminhospróprios para "pedir dinheiro", através deacor<strong>do</strong>s construí<strong>do</strong>s, sem a mediação protecionista,com seus vizinhos regionais. O caminho de suaentrada na história seria, como afirma o cliché darevista Manchete a respeito <strong>do</strong> contato com os isola<strong>do</strong>s<strong>do</strong> Cuminapanema, "o crepúsculo de umaraça"?.7. cfr. o atual programa da Funai para os isola<strong>do</strong>s(grifos <strong>no</strong>ssos): "A Funai, respaldada na ConstituiçãoFederal de 1988, está seguin<strong>do</strong> uma políticaorientada para a auto<strong>no</strong>mia desses povos, rejeitan<strong>do</strong>qualquer tipo de iniciativa integracionista. Assim,ao contrário da visão difundida até pouco tempo,os grupos isola<strong>do</strong>s não são aqueles queobrigatoriamente devam ser "atraí<strong>do</strong>s" ou "contata<strong>do</strong>s"para pacificamente serem incorpora<strong>do</strong>s à sociedadebrasileira" (<strong>Brasil</strong> Indígena, 1992).8. Ver, entre outros: DRibeiro (1970), Carneiro daCunha (1992), Lima (1992).9. Ver, entre outros: Oliveira (1988) e Baines (1991).10. Ver a análise <strong>do</strong>s discursos políticos e de narrativasmítico-históricas através das quais os Waiãpireelaboram suas experiências de convivência comos brancos, construin<strong>do</strong> uma <strong>no</strong>va auto--representação (Gallois, 1992).11. Ver a análise de Métraux (1959) sobre os impactosda introdução de ferramentas entre os Xokleng,construída na perspectiva funcionalista, particularmenteadequada à leitura que os agentes deassistência fazem da aquisição de dependências decorrentesda introdução de técnicas <strong>no</strong>vas.12. Ver análise de Buchillet (1991) sobre os impactose as adaptações simbólicas e sócio-políticas resultantesda introdução de <strong>no</strong>vas técnicas de saúde.13. Ver análise de Andrade e Viveiros de Castro sobrea concepção de "povos naturais" que assimilaas sociedades indígenas ao seu ambiente, despolitizan<strong>do</strong>a relação de contato (1988).14. cfr.DRibeiro: "os grupos isola<strong>do</strong>s ou arredios,que não estão em contato com civiliza<strong>do</strong>s e que nãocorrem o risco de ser alcança<strong>do</strong>s pela expansão de<strong>no</strong>ssa sociedade, <strong>no</strong>s próximos a<strong>no</strong>s, devem ser deixa<strong>do</strong>sem paz, apenas assisti<strong>do</strong>s por turmas de vigilância,com o objetivo de evitar lutas intertribais(1962: 161 - grifos <strong>no</strong>ssos).15. cfr. Documento CII/Funai: "Não se pretendemantê-los em re<strong>do</strong>mas para o deleite de quem querque seja, mas propiciar ao índio tempo, fator fundamental<strong>no</strong> processo de aculturação" (09/89 - grifos<strong>no</strong>ssos).16. Ver análise de Lizot (1984) sobre os impactosda introdução de <strong>no</strong>va tec<strong>no</strong>logia entre os Ya<strong>no</strong>mamie a instauração de <strong>no</strong>vas relações económicasque acabam transforman<strong>do</strong> o sistema de relaçõessociais internas àquela sociedade.17. A atual gestão da Funai pretende efetuar umarevisão <strong>do</strong>s convénios existentes com missões-de--fé, entre as quais as mais ativas são: o Summer Instituteof Linguistics (SIL). a Associação LinguísticaEvangélica Misssionária (ALEM), a Missão Novas Tribos<strong>do</strong> <strong>Brasil</strong> (MNTB), a Missão Evangélica da Amazónia(MEVA), a Missão Cristã Evangélica <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>(MICEB), a Convenção Batista Nacional, que atuamem cerca de 100 aldeias indígenas (APL/Funai,Convénios, 1988).18. Esta transfiguração foi durante muito tempo característicadas intervenções da Igreja: é o caso daatuação <strong>do</strong>s Salesia<strong>no</strong>s, <strong>no</strong> rio Rio Negro ou entreos Bororó (ver a análise de Novaes sobre essas relações,<strong>no</strong> início <strong>do</strong> século e hoje, 1990). Atualmente,é muito nítida também <strong>no</strong>s programas estataisde proteção, educação e recuperação da cultura indígenapromovi<strong>do</strong>s pela Funai.19. cfr. Documento final <strong>do</strong> "Encontro sobre índiosisola<strong>do</strong>s e de contato recente" promovi<strong>do</strong> pelo CI-MI/ORAN em 1986: "Precisa criar condições paraque o grupo indígena (isola<strong>do</strong>) conheça a realidaderegional em que está inscrito, ajudan<strong>do</strong> a divisaros aspectos mais amplos da realidade nacional, consideran<strong>do</strong>estes conhecimentos como subsídios indispensáveispara um projeto de auto<strong>no</strong>mia frenteà sociedade nacional. Tal postura supõe a promoçãode acesso e intercâmbio <strong>do</strong> grupo indígena comoutros agentes regionais, de maneira a estimular <strong>no</strong>

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