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Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

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Padrões estéticosocidentais. "AAmazona*'. Theo<strong>do</strong>rde Bry. "América.Terceira Parte".Frankfurt, 1593.Foto: AntónioRodrigues.cimento conferi<strong>do</strong> à obra de arte, não sen<strong>do</strong>acessível a qualquer ama<strong>do</strong>r, como afotografia e situan<strong>do</strong>-se claramente <strong>no</strong>"campo artístico".Os avanços da técnica representam umelemento chave para a compreensão damodernidade e das transformações históricas<strong>no</strong> campo das artes rumo à modernidade.Com as <strong>no</strong>vas funções adquiridaspela imagem a partir da descoberta da litografia,<strong>no</strong> início <strong>do</strong> século XIX, a reprodutibilidadetransformou as artes gráficasem verdadeiros "<strong>do</strong>cumentos <strong>do</strong> cotidia<strong>no</strong>",distancian<strong>do</strong> seu antigo "valor de culto"de um <strong>no</strong>vo valor em que a arte seconstitui como "realidade exibível" (Benjamin1975).Seria enga<strong>no</strong> supor, entretanto, que asbases ritualísticas da obra de arte tendema desaparecer com o avanço da técnica.mesmo quan<strong>do</strong> esta coloca em primeiropla<strong>no</strong> o valor de exibição. Lançan<strong>do</strong> seuolhar às imagens anónimas <strong>do</strong>s homens emulheres retrata<strong>do</strong>s por Daguerre, Benjami<strong>no</strong>bserva "algo estranho e <strong>no</strong>vo" quenão pode ser reduzi<strong>do</strong> ao trabalho <strong>do</strong> fotógrafo:"Depois de mergulharmos suficientementefun<strong>do</strong> em imagens assim, percebemos que também aqui os extremos se tocam:a técnica mais exata pode dar às suascriações um valor mágico que um quadronunca mais terá para nós" (Benjamin1985:94).A dimensão mágica <strong>do</strong> "inconscienteótico", de que fala Benjamin, guarda umarelação com o que Barthes chama de "terceirosenti<strong>do</strong>" conti<strong>do</strong> na imagem(1990:45-61). Um senti<strong>do</strong> obtuso, que encerrao para<strong>do</strong>xo de confundir o discursonarrativo ao mesmo tempo em que forjaum campo de permanência e permutação.Nesse senti<strong>do</strong>, a imagem torna-se uma"companheira de caminhada" que <strong>no</strong>s permitever até que ponto a linguagem articuladaé apenas aproximativa e percebera passagem da linguagem à significância.Tal passagem, que se apresenta comoum dilema e um enigma para a ciência,coloca-se, a <strong>no</strong>sso ver, como o principaldesafio a uma "leitura antropológica" queleve em consideração o caráter de irredutibilidadeda mensagem icônica.A leitura de Barthes, Benjamin e Bourdieu,além de abrir <strong>no</strong>vos caminhos, esclareceos limites deste exercício de aproximaçãocom o tema das representações.Representações contidas na imagem, emque procuro lançar meu próprio olhar sobreo índio <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>, tentan<strong>do</strong> desvendaralguns senti<strong>do</strong>s e deixan<strong>do</strong> para o leitora possibilidade, sempre aberta, dadescoberta de outros senti<strong>do</strong>s.O olhar colcciona<strong>do</strong>rDurante to<strong>do</strong> o século XIX, grande númerode viajantes estrangeiros percorreuo <strong>Brasil</strong>, produzin<strong>do</strong> uma variedade de relatos,que vão de diários impressionistas deviagem a relatórios comerciais e estu<strong>do</strong>scientíficos, passan<strong>do</strong> por memórias descritivas,trata<strong>do</strong>s filosóficos, informes económicos,etc. É uma produção bastante heterogénea,onde pre<strong>do</strong>minam os viajantesingleses, franceses, america<strong>no</strong>s e alemães,

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