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Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

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A atitude <strong>do</strong>s pais epessoas mais velhasé sempre de grandetolerância,paciência, atenção erespeito àspeculiaridades dascrianças. MãeParakanã com seufilho. Foto LuxVidal.problemas na prática insolúveis, na medidaem que as soluções acarretam outrosproblemas que exigem <strong>no</strong>vas soluçõesque... uma rosca sem fim.Não é difícil observar to<strong>do</strong>s esses traçosdessas sociedades organizadas de mo<strong>do</strong>verdadeiramente racional e respeitoso:basta ter a oportunidade de contato comelas e a capacidade de olhá-las sem preconceitose sem desejo de enquadrá-las emoutras lógicas. Isso deveria bastar para quea <strong>no</strong>ssa sociedade as respeitasse e não impedissesua sobrevivência pacífica. Mas nãotem si<strong>do</strong> assim. O <strong>Brasil</strong>, dizem os historia<strong>do</strong>res,tinha cerca de 5 mil culturas diferentesna época <strong>do</strong> descobrimento. Hoje,são cerca de 150 apenas, muitas delasa caminho da extinção. Só neste século jádesapareceram mais de 100.Então, é preciso mais. E preciso quea <strong>no</strong>ssa sociedade tome consciência de suanecessidade de que as culturas indígenassobrevivam e se afirmem. "No dia em quenão houver lugar para o índio <strong>no</strong> mun<strong>do</strong>,não haverá lugar para ninguém", diz AiltonKrenak, da União das Nações Indígenas.Porque se não houver lugar para o índio,terá desapareci<strong>do</strong> a possibilidade desociedades com as características mencionadas:sem <strong>do</strong>minação de indivíduo, gruposou sexo; respeitosa com as crianças,os i<strong>do</strong>sos e a natureza; respeitosa da liberdadede cada pessoa.Talvez a questão ambiental, bem tratada,possa conduzir-<strong>no</strong>s nessa direção.Pode-se partir, aí, da demarcação de reservas.Ainda há pouco, o gover<strong>no</strong> brasileirodemarcou e homologou a reserva Ya<strong>no</strong>mami,um território de 9,4 milhões de hectares,que, soma<strong>do</strong> à área Ya<strong>no</strong>mami <strong>do</strong>la<strong>do</strong> da Venezuela - forman<strong>do</strong> um territóriocontínuo -, constitui um espaço de maisde 17 milhões de hectares, maior que Portugal,e praticamente intoca<strong>do</strong>.A importância dessa preservação parao <strong>Brasil</strong> e para a sociedade brasileira édecisiva. Quan<strong>do</strong> se preserva um ecossistemadessa dimensão, pode-se preservartodas as cadeias alimentares e reprodutivas,e não umas poucas espécies isoladas.Pode-se, portanto, proteger biodiversidadenum espaço considerável. E a biodiversidaderepresenta a grande possibilidade brasileiranas próximas décadas e séculos. Porquedela virão os <strong>no</strong>vos alimentos, os<strong>no</strong>vos medicamentos, os <strong>no</strong>vos materiais,que não só atenderão a necessidades hojenão atendidas, como substituirão os materiaisque estão se esgotan<strong>do</strong> (como petróleoe certos minérios)."Na biodiversidade, o Primeiro Mun<strong>do</strong>somos nós", lembra a diretora <strong>do</strong> JardimBotânico de Brasília, Anajúlia HeringerSalles. Mas advertin<strong>do</strong>: é preciso sabero que vamos fazer com essa biodiversidade.De fato, calcula-se que na Amazóniabrasileira estejam uns 30% da biodiversidade<strong>do</strong> <strong>no</strong>sso planeta, milhões de espécies,das quais muito poucas já conhecidase estudadas.Para que possam ser conhecidas e utilizadasadequadamente pela <strong>no</strong>ssa sociedade,é preciso que se conservem essas es-

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