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Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

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Mato Grosso, também isoladas dentro <strong>do</strong>Macro-Jê, assim como o Krenák (ou Botocu<strong>do</strong>de Minas Gerais e Espírito Santo).Em relação ao Tronco Tupi, a situação maisisolada é a da língua Puruborá, da qual nãose sabe se ainda existe algum remanescente,na Rondônia. Tem-se, além disso, as línguasque se tornaram únicas representantesde famílias historicamente conhecidas,como é o caso <strong>do</strong> Juruna (Família Juruna)<strong>no</strong> Xingu, e <strong>do</strong> Karitiána (Família Arikém),em Rondônia.Relações que estabelecem uma origemcomum para duas ou mais línguas são chamadas,como apontamos <strong>no</strong> começo <strong>do</strong>trabalho, de relações genéticas ou de parentesco.Mas há outras formas de relacionamentohistórico entre línguas não parentes,expressas claramente <strong>no</strong> seu léxico,através <strong>do</strong> que é convencionalmente chama<strong>do</strong>de empréstimos linguísticos. Assim.o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s empréstimos entre línguas indígenas,que ainda precisa ser mais intensamentedesenvolvi<strong>do</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, podeconstituir fonte importante para o conhecimentoda história e pré-história <strong>do</strong> territóriobrasileiro. De qualquer forma, os da<strong>do</strong>sexistentes atualmente já permitemverificar, segun<strong>do</strong> Urban (1992:102), "situaçõesde intenso contato, multilingúismo,línguas de comércio etc, para uma regiãoque vai <strong>do</strong> extremo oeste da bacia Amazônicapara o <strong>no</strong>rte e em seguida para oleste, cruzan<strong>do</strong> toda a América <strong>do</strong> Sul ao<strong>no</strong>rte <strong>do</strong> Amazonas", ao contrário <strong>do</strong> centroe <strong>do</strong> oeste <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>, onde parece maisprovável ter correspondi<strong>do</strong> a cada povouma língua e cultura distintas.Em forma muito resumida e simplificadaisso é o que se pode dizer sobre o passa<strong>do</strong>e sobre a distribuição atual das línguasindígenas brasileiras contemporâneas, apartir <strong>do</strong> que sobre elas se conhece hoje.Mas dissemos, <strong>no</strong> início, que o conhecimento<strong>do</strong> presente também permitiria "planejarações visan<strong>do</strong> melhorar a vida e tornarmais felizes as pessoas que habitam oatual presente". Em que, pois, o conhecimentodas línguas indígenas, hoje, podecontribuir para melhorar a vida de brasileiros?E em primeiro lugar, de quais brasileiros?Dos índios e <strong>do</strong>s não índios?É indubitável, à primeira vista, que <strong>do</strong>isgrupos de pessoas são diretamente afeta<strong>do</strong>s,embora de maneiras diferentes, portal questão: os povos indígenas falantesdessas línguas e os pesquisa<strong>do</strong>res (linguistase antropólogos, basicamente) que as investigam.A estes, a questão interessa deuma forma indireta e de outra mais direta:indireta na medida em que lhes garanteespaço de trabalho e lhes permite contribuircom seus estu<strong>do</strong>s para oconhecimento científico da realidade; é diretana medida em que eles estejam inseri<strong>do</strong>ssolidariamente nas lutas sociais dasmi<strong>no</strong>rias étnicas. Quanto aos povos indígenas,o maior conhecimento sobre a própriahistória e sobre o presente, propicia<strong>do</strong>pelo conhecimento sistemático de suaslínguas, pode contribuir poderosamentepara a afirmação e valorização de sua identidadeétnica, num Esta<strong>do</strong> prurilíngiie epluricultural como o <strong>Brasil</strong>.E o que começa a ocorrer, de formaainda incipiente, por impulso das iniciativasindígenas e das organizações que osapoiam (que congregam, como assessorese consultores, pesquisa<strong>do</strong>res e professoresdas universidades e centros de pesquisa)e pela exigência cada vez mais insistentedas nações indígenas <strong>no</strong> senti<strong>do</strong> de que sejamcria<strong>do</strong>s e implementa<strong>do</strong>s processos deeducação escolarizada em suas áreas, emescolas "indígenas" e não "para indígenas".Nesse contexto, o conhecimento sistemáticode suas línguas, por parte <strong>do</strong>s índios,é crucial, pois para haver escolas ver-Dois brinque<strong>do</strong>scom 24 palavras nasdiferentes línguasindígenas foramapresenta<strong>do</strong>s naexposição índios <strong>no</strong><strong>Brasil</strong>. Foto LuísGrupioni.

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