10.07.2015 Views

Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

peito de estágios primitivos da cultura humana,assim como de um passa<strong>do</strong> comumque confirmasse a superioridade europeia(Cf. Clifford, 1988). Neste senti<strong>do</strong>, esse colecionismo,que se estendeu até princípios<strong>do</strong> século XX, reproduziu em sua dinâmicatanto a história <strong>do</strong> contato entre índiose brancos como a história da ciência antropológicae, em parte, a história <strong>do</strong> gostoestético vigente (Cf. Dominguez, 1986).Ademais, esse sistemático despojo <strong>do</strong> patrimóniocultural de povos não europeus,configurava uma captura de herança alheiaa qual, nas palavras de Foot Hardman(1988:61) poderia ser classificada como"presas de conquista" denuncian<strong>do</strong> a voracidadehegemónica <strong>do</strong> ocidente.A diversidade e a importância das produçõesartísticas fascina a comunidadecientífica desde o surgimento da antropologia,caminhan<strong>do</strong> paralela ao seu desenvolvimento.Nos primeiros estu<strong>do</strong>s dedica<strong>do</strong>sa esse assunto, os esforços interpretativose classificatórios eram centraliza<strong>do</strong>sem objetos encontra<strong>do</strong>s em museus ou retira<strong>do</strong>sde escavações arqueológicas. Oprincipal interesse académico ligava-se aocampo <strong>do</strong>s inanima<strong>do</strong>s. Contos, trechos demúsica ou descrições de danças eram tam-bém coleta<strong>do</strong>s e trazi<strong>do</strong>s por viajantes e etnólogose acumula<strong>do</strong>s sob categorias queconsideravam sobretu<strong>do</strong> a técnica e a forma,relegan<strong>do</strong> a segun<strong>do</strong> pla<strong>no</strong> as manifestaçõesestéticas enquanto meio de informaçãosobre as sociedades cria<strong>do</strong>ras(Cf. d'Azeve<strong>do</strong>, 1983).A<strong>no</strong>s depois o antropólogo Franz Boasconectou os objetos inanima<strong>do</strong>s ao mun<strong>do</strong><strong>do</strong>s viventes, a partir de sua inserção<strong>no</strong> contexto cultural. Representan<strong>do</strong> umaposição revitaliza<strong>do</strong>ra, Boas descreve co-índio Wayanacostura as bordas deum cesto poraxi.Foto Lúcia VanVelthen.Conjunto de cestosprontos e emconfecçãodeposita<strong>do</strong>s numcanto de uma casaWayana. Foto LúciaVan Velthen.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!