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Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

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e serviços buscou aumentar a possibilidadede reflexão, participação e aproveitamentoda exposição por parte <strong>do</strong> públicovisitante.Painéis com textos, fotografias ampliadas,obras de arte, <strong>livro</strong>s raros, artefatos indígenas,ambientes culturais recria<strong>do</strong>s e so<strong>no</strong>riza<strong>do</strong>s,vídeos, maquetes e mapaspreencheram o vasto espaço <strong>do</strong> andar térreoda Fundação Bienal convidan<strong>do</strong> o públicovisitante a refletir sobre suas ideias eatitudes perante as sociedades indígenas.Uma exposição deste porte, talvez a maiorjá realizada <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> quer pela sua extensãoou pelo conjunto de questões abordadas,esteve sujeita a diferentes leituras eapropriações.Notas1 A cura<strong>do</strong>ria da exposição índios <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> entendeu..desde o início <strong>do</strong>s seus trabalhos, que a realizaçãode um evento de tal envergadura devia seconstituir num espaço de interação entre os diferentespersonagens que formam o campo antropológicoe indigenista brasileiro. Neste senti<strong>do</strong> foram convida<strong>do</strong>sa tomar parte, em momentos distintos <strong>do</strong>processo de viabilização desta exposição e <strong>do</strong>s eventosparalelos, especialistas liga<strong>do</strong>s a diferentes universidades,museus e organizações não--governamentais. Procurou-se, assim, fazer umreconhecimento legítimo e coletivo <strong>do</strong> conjunto <strong>do</strong>strabalhos acumula<strong>do</strong>s junto às sociedades indíge-Pensan<strong>do</strong> nisto, e <strong>no</strong> público heterogéneoque teríamos visitan<strong>do</strong> a exposição,procuramos desde o início evitar que a exposiçãose realizasse como a ilustração deum sistema -ainda que lacunar- de conhecimentosestabeleci<strong>do</strong>s pelas especialidadesda et<strong>no</strong>logia, bem como cuidamos decontornar a falsa segurança que uma apresentaçãodemasiadamente dirigida e estruturadapoderia induzir <strong>no</strong> público, obstaculizan<strong>do</strong>sua própria atividade deinterrogação e compreensão. Deste mo<strong>do</strong>,ao visitante foram ofereci<strong>do</strong>s eixos organiza<strong>do</strong>res,sugestões de conexão de blocosinformativos e de segmentos de senti<strong>do</strong>,deixan<strong>do</strong> espaço para sua própriaintervenção na construção <strong>do</strong>s itinerários.Procurou-se, ainda, <strong>no</strong> projeto arquitetônicoda exposição, interromper as sequênciasesboçadas por "intervalos", momentosmais reflexivos, constituí<strong>do</strong>s por obrassingulares -objetos cataliza<strong>do</strong>res- que se impõempela densidade de seu valor cultural,para além das conexões de significaçãosugeridas (itens de exceção ou rarospor seu valor artístico, teórico ou histórico,seja das culturas indígenas ou de suainterpretação pela <strong>no</strong>ssa, sempre restituí<strong>do</strong>s,uns e outros, ao contexto da sua produçãoou cercadas das informações necessáriaspara a compreensão de sua relevânciae senti<strong>do</strong>). Assim fizemos com os desenhosde Portinari e com a sala <strong>do</strong> mantoTupinambá.Procuramos, enfim, com o desenvolvimento<strong>do</strong>s conceitos da exposição, fazeruma crítica da forma como a questão indígenatem se apresenta<strong>do</strong> <strong>no</strong> <strong>no</strong>sso cotidia<strong>no</strong>e um convite à reflexão sobre <strong>no</strong>ssasideias e posturas sobre o tema. Não sepretendeu com isto que o público saísse daexposição com a sensação de compreençãoe <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> objeto exposto. Pelo contrário.buscou-se uma aproximação <strong>do</strong> universoindígena, através da suscitação dedúvidas, de incompreensões e de limitesde apreensão. Esperamos que ao sair, opúblico estivesse inquieto e incomoda<strong>do</strong>diante <strong>do</strong> que viu, ouviu e experimentouenquanto percorria o espaço da exposição.Um início de diálogo com as culturas indígenas-um <strong>do</strong>s objetivos centrais destaexposição- exige de nós a rarefação de <strong>no</strong>ssascertezas, o questionamento de uma sériede ideias pré-concebidas, incompletase muitas vezes equivocadas. Entendemosque a busca da compreensão <strong>do</strong> outro passanecessariamente pela interrogação sobrenós mesmos, ou, ao me<strong>no</strong>s, sobre algumasde <strong>no</strong>ssas ideias e opiniões.Esta exposição, acreditamos, deu umpasso neste senti<strong>do</strong>.nas <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, não priorizan<strong>do</strong> nenhuma linha políticaou ideológica específica.2. Cf. Gallois, Dominique — 1985 — "índios e brancosna mitologia Waiãpi: da separação <strong>do</strong>s povosà recuperação das ferramentas" in Revista <strong>do</strong> MuseuPaulista. N.S.. vol. XXX, USP. São Paulo.3. Silva, Aracy Lopes da — 1987 — "Nem Taba,nem Oca: uma coletânea de textos à disposição <strong>do</strong>sprofessores" in Aracy Lopes da Silva — A questãoindígena na Sala de Aula: subsídios para professoresde 1? e 2? graus. São Paulo, Ed. <strong>Brasil</strong>iense.4. Grupioni, Luís Donisete Benzi — 1988 — A

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