10.07.2015 Views

Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

As imagens <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> comoarquivos de identidadeIV • Corporalidade:arquivos deidentidade?"Guerreiros Apiaka".Hércules Florence.1828. "RevistaGlobus." Foto:António Rodrigues."Três mulheresApiaka". HérculesFlorence. 1828."Revista Globus."Foto: AntónioRodrigues.Não por acaso, o exame da ico<strong>no</strong>grafiaindígena remete a indagações que implicamem deslocar o foco de análise, dasquestões abrangentes sobre o lugar <strong>do</strong> índiona sociedade nacional, para a compreensãodas organizações tribais enquantototalidades.Nessa perspectiva, e para finalizar, procureiverificar como o material seleciona<strong>do</strong>permite perceber indícios que apontampara a <strong>no</strong>ção de pessoa, através da corporalidade,que constitui um elemento centralda construção da identidade nas sociedadesindígenas brasileiras.Uma instigante análise sobre a construçãoda pessoa nas sociedades indígenasbrasileiras inicia-se com a observação deque só muito recentemente, após a SegundaGuerra, o estu<strong>do</strong> das sociedades tribaisdeslocou-se de categorias abrangentes, referidasà sociedade nacional de um la<strong>do</strong>e ao índio enquanto categoria genérica deoutro, para trabalhos descritivos específicos,"quan<strong>do</strong> o foco não é mais a discussão <strong>do</strong>lugar <strong>do</strong> índio (junto com o negro e como branco, na hierarquia <strong>do</strong> universo nacional),mas - isso sim - a posição daquela sociedadetribal como uma realidade <strong>do</strong>tadade unidade " (Seeger, da Matta, Castro1987).Salientan<strong>do</strong> as contribuições da et<strong>no</strong>logia<strong>do</strong>s grupos tribais brasileiros para ocampo da antropologia como um to<strong>do</strong>, osautores desenvolvem a tese de que "a originalidadedas sociedades tribais brasileiras(de mo<strong>do</strong> mais amplo, sul - americanas)reside numa elaboraçãoparticularmente rica da <strong>no</strong>ção de pessoa,com referência especial à corporalidade enquantoidioma simbólico focal" (p. 12).As formulações de Seeger, da Mattae Viveiros de Castro são esclarece<strong>do</strong>rasnesse senti<strong>do</strong>:"Ele, o corpo, afirma<strong>do</strong> ou nega<strong>do</strong>,pinta<strong>do</strong> e perfura<strong>do</strong>, resguarda<strong>do</strong> ou devora<strong>do</strong>,tende sempre a ocupar uma posiçãocentral na visão que as sociedades indígenastêm da natureza <strong>do</strong> ser huma<strong>no</strong>.Perguntar-se, assim, sobre o lugar <strong>do</strong> corpoé iniciar uma indgação sobre as formas

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!