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Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

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No século XIXcontinuou-se apolítica deconcentração <strong>do</strong>síndios emaldeamentos."Aldeia de Tapuias"de Joahan MoritzRugendas. s/d.Secretaria Municipalde Cultura/SP. Fotoin "História <strong>do</strong>síndios <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>".<strong>do</strong> alcance <strong>do</strong>s sertanistas brancos e mestiços.Ao longo <strong>do</strong> século XVI, diversosgrupos Tupi aban<strong>do</strong>naram o litoral, restabelecen<strong>do</strong>sua auto<strong>no</strong>mia política em terraslongínquas. Dentre os motivos, a escravidãofigurava como o mais eloquente,conforme relatava um chefe <strong>do</strong> Rio Realna década de 1580, ao preparar seus segui<strong>do</strong>respara uma longa migração:"Vamo-<strong>no</strong>s, vamo-<strong>no</strong>s antes que venhamestes portugueses ... Não fugimos da Igrejanem de tua companhia porque, se tuquiseres ir co<strong>no</strong>sco. viveremos contigo <strong>no</strong>meio desse mato ou sertão ... mas estesportugueses não <strong>no</strong>s deixam estar quietos,e se tu vês que tão poucos que aqui andamentre nós tomam <strong>no</strong>ssos irmãos, quepodemos esperar, quan<strong>do</strong> os mais vierem,senão que a nós, e as mulheres e filhos farãoescravos?" 2O sertanismo de apresamento<strong>no</strong> século XVIISe, <strong>no</strong> século XVI, a escravidão indígenaencontrava-se estreitamente articuladaà expansão açucareira, esta instituiçãoestendeu-se para outras regiões, <strong>no</strong> segun<strong>do</strong>século da colonização, sob uma outralógica. Nas capitanias <strong>do</strong> sul, sobretu<strong>do</strong> ade São Vicente, e <strong>no</strong> recém-constituí<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><strong>do</strong> Maranhão (1621), as atividadeseconómicas <strong>do</strong>s colo<strong>no</strong>s eram movidas pornumerosos plantéis de escravos índios,aprisiona<strong>do</strong>s em frequentes expedições parao sertão. Embora às vezes vinculadas aocomércio exter<strong>no</strong>, estas atividades geralmentese limitavam à circulação regionalou inter-regional. Próximo a São Paulo,ponto inicial de repetidas incursões em demandade cativos, constituíram-se inúmerossítios e fazendas, contan<strong>do</strong> com dezenase mesmo centenas de trabalha<strong>do</strong>resnativos. Já <strong>no</strong> outro extremo da AméricaPortuguesa, nas proximidades de São Luís<strong>do</strong> Maranhão e Belém <strong>do</strong> Pará, brotaramigualmente um grande número de unidadesde produção agrícola, com consideráveisplantéis de índios.Como estratégia para a reprodução daforça de trabalho, as expedições de apresamentomostravam-se eficazes, uma vezque distanciavam o índio de suas origens,geográfica e socialmente. De fato, ao longo<strong>do</strong>s séculos XVII e XVIII, o apresamentorepresentava a principal forma de criar,manter e até aumentar a população cativa,esboçan<strong>do</strong>-se um forte paralelo com opapel exerci<strong>do</strong> pelo tráfico de escravos africa<strong>no</strong>s<strong>no</strong> mesmo perío<strong>do</strong>.No sul, particularmente em São Paulo,os colo<strong>no</strong>s desenvolveram formas específicasde apresamento, inicialmente pri-

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