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Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

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<strong>do</strong> o cuida<strong>do</strong> o combustível para o fogo.No caso cita<strong>do</strong>, a bainha da folha da palmeirababaçu (Orbygnia phalerata). Outrosgrupos procuram vegetais que contémlátex, a fim de obter uma boa chama e temperaturaelevada. A queima é feita geralmenteao ar livre, isto é, em atmosfera oxidante.Na cerâmica utilitária, o acabamentointer<strong>no</strong> e exter<strong>no</strong> das peças é feito com aseiva de entrecasca de algumas árvores, geralmente<strong>do</strong> ingá (Ingá spp.). Esse tratamentocontribui para a impermeabilizaçãoda superfície.Após a queima e a decoração <strong>do</strong> vasilhame,os índios Asuriní, entre outros, vitrificama peça com a aplicação de resinavegetal. Para isso, utiliza-se o breu de jutaíe a resina de jatobá, ambas <strong>do</strong> géneroHymenaea. Os Tukúna empregam o leitede sorva Couma utilis.Quanto à decoração, ensina AndradeLima (1986:177): "De um mo<strong>do</strong> geral, osmesmos padrões decorativos são aplica<strong>do</strong>sa diferentes suportes: pintura corporal, cestaria,tecelagem e cerâmica. Isto é evidentena arte <strong>do</strong> alto Xingu, entre os Kadiwéu,Marúbo, Asuriní e Kaxináwa, onde os mesmosmotivos geométricos amoldam-se asuperfícies e materiais substancialmente diferencia<strong>do</strong>s,exigin<strong>do</strong> adaptações de ordemtécnica. Esses padrões podem revestir-sede conteú<strong>do</strong>s simbólicos ou ter apenas senti<strong>do</strong>estético".A mais importante técnica manufatureirapropriamente dita - isto é, que utilizaa mão em atividade prênsil - é a <strong>do</strong>s trança<strong>do</strong>s.Nesta arte, das mais antigas que ahumanidade pratica, os índios <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong> alcançaramalto grau de <strong>do</strong>mínio.O trança<strong>do</strong> indígena pode ser caracteriza<strong>do</strong>por <strong>do</strong>is macro-estilos em funçãoda matéria-prima empregada e da elaboração:1) trança<strong>do</strong> feito pre<strong>do</strong>minantementede palha (folíolos <strong>do</strong> olho da folha <strong>no</strong>vada palmeira); 2) trança<strong>do</strong> feitopre<strong>do</strong>minantemente de tala (material maisrígi<strong>do</strong> extraí<strong>do</strong> <strong>do</strong> pecíolo da folha <strong>no</strong>va dapalmeira buriti Mauritia flexuosa, ou lamina<strong>do</strong>da haste de gramíneas (Arundinariasp.) ou de marantáceas como o arumã(Ischosiphon aruma)O trança<strong>do</strong> feito com fasquias de cipó,uma ipífita, que caracteriza um terceiro estiloou um subestilo, carece, de um mo<strong>do</strong>geral, de decoração. É emprega<strong>do</strong> na confecçãode peças mais rústicas: cestos--cargueiros, armadilhas de peixe e na construçãodas casas.E cabível fazer-se uma correlação entreestilos de trança<strong>do</strong>s de alguns gruposindígenas <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong> e seus mo<strong>do</strong>s de vida.Os grupos campestres, que vivem longe<strong>do</strong>s grandes rios - quase to<strong>do</strong>s filia<strong>do</strong>sà família linguística Jê ou macro-Jê - praticampre<strong>do</strong>minantemente o estilo "de palha".As tribos silvícola-ribeirinhas, providasde ca<strong>no</strong>as, desenvolveram, em maiorproporção, o estilo "de tala", bicromo, quepropicia a elaboração de uma infinidade dedesenhos geométricos realça<strong>do</strong>s pelo claro--escuro das talas.O trança<strong>do</strong> feito com fasquias de cipócaracteriza o subestilo <strong>do</strong>s grupos quevivem <strong>no</strong> interior da floresta, longe <strong>do</strong>sgrandes cursos d'água, a exemplo <strong>do</strong>s índiosMakú e Ya<strong>no</strong>mami.A distinção mais elementar que cabefazer para classificar os trança<strong>do</strong>s édiferenciá-los, por sua estrutura, em duasgrandes classes: 1) trança<strong>do</strong>s entre--trança<strong>do</strong>s; d) trança<strong>do</strong>s costura<strong>do</strong>s ou espirala<strong>do</strong>s.Uma classificação <strong>do</strong>s entretran-Trança<strong>do</strong> sarja<strong>do</strong>com folha <strong>no</strong>va da>almeira buriti.Í ndios Jurúna,Parque Indígena <strong>do</strong>Xingu. Foto FredRibeiro.Os trança<strong>do</strong>s

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