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Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

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Grupo de mulherese crianças <strong>no</strong> páteoda aldeia Enawenê-Nawê. <strong>no</strong> Rio Iquê.Foto EgonHeck/CIMI.O isolamento enquanto dependênciae marginalizaçãoA ilusão <strong>do</strong> primitivismo que vigora em<strong>no</strong>sso imaginário condena essas sociedadesa uma eterna mas frágil "infância" (Carneiroda Cunha, 1992). E através de umembasamento em <strong>no</strong>ções evolucionistascomo estas que se constrói, historicamentee até hoje, a intervenção protecionista.A <strong>no</strong>ção de fragilidade que resulta das pré--concepções de isolamento acima mencionadasredundam na definição da categoriade isola<strong>do</strong>s em termos demarginalidade. Esses grupos são, efetivamente,alheios às diretrizes que orientamas relações sociais, económicas e políticasda sociedade nacional. Sua auto<strong>no</strong>mia,transfigurada em marginalidade, é o argumentomestre da política de proteção, e suamanutenção necessária à sustentação deintervenções autoritárias, realizadas "em<strong>no</strong>me da proteção e segurança" <strong>do</strong>s povosisola<strong>do</strong>s 5 .A maioria <strong>do</strong>s setores que lidam coma questão indígena, e o lema de todas as,campanhas pro-índio, continuam enfatizan<strong>do</strong>que o "problema indígena é fundamentalmentepolítico e económico". Problemapara quem? Os índios sempre foram e continuamsen<strong>do</strong> vistos como um estorvo paraa integração económica e política <strong>do</strong>país. Mas admite-se hoje a perspectiva inversa:o problema é o desenvolvimento desenfrea<strong>do</strong>que atinge os redutos territoriaisindígenas através de frentes de contato nãocontroladas e que esses grupos mi<strong>no</strong>ritáriosnão têm capacidade para enfrentar sozinhos.É importante ressaltar, neste ponto, adificuldade de se pensar uma política paraos povos indígenas isola<strong>do</strong>s sem medidasautoritárias de protecionismo - especialmente<strong>no</strong> que diz respeito aos seusdireitos territoriais - uma vez que esta formade atuação se coloca como o principalanteparo à destruição, experimentada porinúmeros grupos indígenas que desapare-

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