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Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

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pulação <strong>do</strong> país (o <strong>Brasil</strong> conta hoje com145 milhões de habitantes), entre muitosgrupos indígenas, a população tende a aumentar.A Constituição brasileira respeita os direitosterritoriais indígenas a partir de suaalteridade, enquanto grupos culturalmentediferencia<strong>do</strong>s. Isso é um da<strong>do</strong> que a antropologiasabe expor adequadamente. Osfatores que um grupo étnico considera comobásicos e necessários para integrar oseu território decorrem de coordenadasculturais particulares, provenientes de seusistema económico, da sua forma de parentescoe organização social, de sua vidacerimonial e religiosa. O argumento em relaçãoa uma área jamais poderá ser discuti<strong>do</strong>em termos quantitativos como uma relaçãoíndio/hectare ou família/hectare.Sen<strong>do</strong> assim, é evidente que em primeirolugar deve se reconhecer que índioe terra são assuntos indissociáveis, só podeexistir o índio (indivíduo) quan<strong>do</strong> estiverpreservada a sua coletividade (etnia)e esta conseguir manter um território próprio(J. Pacheco de Oliveira).No fim <strong>do</strong>s a<strong>no</strong>s 70 e na década deoitenta as frentes de expansão económicapenetravam na Amazónia, chegan<strong>do</strong> aosextremos <strong>no</strong>rte e oeste <strong>do</strong> território nacional.Estimuladas pelas políticas de transporte,de incentivos fiscais e de abertura parao capital estrangeiro, desenvolvidas <strong>no</strong>sgover<strong>no</strong>s militares, as frentes de expansãoprojetaram os conflitos, decorrentes daocupação desordenada, sobre as fronteiras<strong>do</strong> país.Ainda <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 50-60, os índios Kayapó,<strong>no</strong> Pará, eram considera<strong>do</strong>s "índios<strong>do</strong> mato", desconheci<strong>do</strong>s, temi<strong>do</strong>s pela populaçãoregional, escondi<strong>do</strong>s em uma regiãode floresta, onde poucos brancos haviamse aventura<strong>do</strong>.Hoje, a Amazónia e o Sudeste <strong>do</strong> Paráestão sofren<strong>do</strong> um processo de ocupaçãodesordenada e de destruição aceleradade suas riquezas naturais. Projetos degrande porte como a construção da Hidreléticade Tucuruí, a implantação <strong>do</strong> ProjetoFerro Carajás, assim como a abertura deinúmeras ro<strong>do</strong>vias, alia<strong>do</strong>s a programas oficiaisde colonização, provocaram fluxos migratóriosimportantes para a Amazónia,provocan<strong>do</strong> profundas mudanças ecológicase na vida das populações locais.A região habitada pelos Kayapó temsi<strong>do</strong> uma das mais atingidas por estes projetosdesenvolvimentistas e predatórios.Mas a mesma situação se repete em inúmerasoutras áreas, como em Rondônia,Acre, e entre os Kaingang e Guarani <strong>do</strong> Sul<strong>do</strong> país, áreas já bastante devastadas hámuito tempo.Convém lembrar que <strong>no</strong> Gover<strong>no</strong> SaríndiosGuaranidurantemanifestaçãoindígena na rampa<strong>do</strong> CongressoNacional. Foto LuísGrupioni.

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