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Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

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Caderneta <strong>do</strong>Impera<strong>do</strong>r D.PedroII: desenhos deíndios Botocu<strong>do</strong>s eoutros de autoria <strong>do</strong>Impera<strong>do</strong>r realiza<strong>do</strong>sdurante sua viagemao <strong>no</strong>rdeste. MuseuImperial.ções de apresamento, tornava-se o meiomais eficaz de aumentar as reservas demão-de-obra nativa, porém esbarrava emquestões de ordem moral e jurídica.De fato, devi<strong>do</strong> aos abusos cometi<strong>do</strong>spelos coloniza<strong>do</strong>res ibéricos na conquistade terras e povos indígenas, foi justamenteneste perío<strong>do</strong> que se elevavam as primeirasvozes em defesa da liberdade <strong>do</strong>síndios, ou, talvez mais precisamente, contrao cativeiro injusto. Em termos concretos,esse debate teve ressonância tanto <strong>no</strong>campo da colonização — onde surgiramexperiências com outras formas de organizaçãode trabalho, tais como o aldeamentomissionário — quanto <strong>no</strong> campo da legislação,redundan<strong>do</strong> numa longa sucessãode leis e decretos que, apesar de reiteraremo princípio da liberdade indígena, tambémregulamentavam as condições nasquais os índios pudessem ser legítimos cativos.Dentre estas condições, destacava--se a Guerra Justa que, em princípio, haviade ser autorizada pela coroa ou seusrepresentantes.A primeira vista restritivo, o recurso daGuerra Justa na verdade tor<strong>no</strong>u-se um importantemecanismo para a ampliação <strong>do</strong>número de escravos. Pouco satisfeitos coma experiência <strong>do</strong>s aldeamentos jesuíticos,que não forneciam trabalha<strong>do</strong>res à alturadas expectativas, tanto os colo<strong>no</strong>s particularesquanto alguns administra<strong>do</strong>res coloniais— tais como Mem de Sá e JerónimoLeitão — passaram a organizar poderosasexpedições militares que, por um la<strong>do</strong>, buscavamderrotar os focos de resistência Tupiao longo <strong>do</strong> litoral de São Vicente a Paraíbae, por outro, visavam produzirvultuosos números de escravos, destina<strong>do</strong>sa trabalhar na eco<strong>no</strong>mia açucareira. Nãose pode subestimar a importância desteprocesso articula<strong>do</strong> de conquista, escravizaçãoe desenvolvimento <strong>do</strong>s engenhos,uma vez que foi justamente neste perío<strong>do</strong>— fase ainda incipiente <strong>do</strong> tráfico de escravosafrica<strong>no</strong>s — que houve a mais acentuadaexpansão açucareira.O caso da guerra contra os Caetés permiteentrever a articulação dinâmica entrea conquista territorial e a constituição deuma força de trabalho durante o séculoXVI. Em 1562. <strong>no</strong> bojo de uma grave criseepidemiológica que assolava as populações<strong>do</strong> litoral, o governa<strong>do</strong>r Mem de Sádecretou uma guerra contra os Caeté, soba acusação que este grupo teria trucida<strong>do</strong>e devora<strong>do</strong> o bispo Sardinha — incidente

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