10.07.2015 Views

Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Caboclo Pena Verdedá "passe" a uma"filha" da casadurante uma sessãode caboclos <strong>no</strong>terreiro Axé Ilê Obáde Mãe Silvia deOxalá. Foto FabianaMarquezi.tradições africanas.Nos últimos tempos, após os pioneirostrabalhos de Peter Fry (1982; 1986) eIvone Maggie (1975), muito tem se critica<strong>do</strong>a chamada "pureza nagô". BeatrizGóis Dantas (1982; 1988) mostrou o quãorelativos seriam estes traços ti<strong>do</strong>s como"puros" <strong>do</strong>s grandes terreiros baia<strong>no</strong>s. Apartir de um estu<strong>do</strong> leva<strong>do</strong> a cabo na cidadede Laranjeiras, em Sergipe, a autoraobserva que <strong>no</strong> terreiro nagô de Laranjeiras,aqueles traços e valores escolhi<strong>do</strong>s comoos mais "puros" e que o aproximaria<strong>do</strong> continente africa<strong>no</strong>, nada teriam a vercom a "pureza nagô" da Bahia. Assim, oque é considera<strong>do</strong> puro na Bahia é ti<strong>do</strong> como"mistura<strong>do</strong>" em Sergipe, sen<strong>do</strong> a influência<strong>do</strong>s can<strong>do</strong>mblés baia<strong>no</strong>s consideradanefasta pelos membros <strong>do</strong> terreironagô de Laranjeiras e, inclusive, responsávelpela proliferação <strong>do</strong>s torés 8 , deturpa<strong>do</strong>resda verdadeira herança africana. E importantesalientar que <strong>no</strong>s torés deLaranjeiras a influência indígena é assumidapelos seus próprios membros, e a figura<strong>do</strong> caboclo claramente cultuada.Em trabalhos recentes sobre o can<strong>do</strong>mblépaulista, diversos autores retomam a críticaà pureza nagô , mostran<strong>do</strong> que a riquezadas religiões de origem africana existentes<strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> está justamente <strong>no</strong> dinamismocom o qual se enfrentam às modificaçõesoperadas na sociedade nacional,escolhen<strong>do</strong> aquilo que deve permanecere o que deve ser modifica<strong>do</strong>; adaptan<strong>do</strong>os rituais às <strong>no</strong>vas condições urbanas e ao<strong>no</strong>vo público, agora também branco e muitasvezes de classe média. Estes estu<strong>do</strong>s<strong>no</strong>s mostram que as religiões africanas <strong>no</strong><strong>Brasil</strong> estão longe de serem páli<strong>do</strong>s retratosde uma antiga herança africana: dinâmicas,reinventam continuamente as tradiçõesdan<strong>do</strong>-lhes <strong>no</strong>vos senti<strong>do</strong>s econteú<strong>do</strong>s.No caso de São Paulo, Vagner Gonçalvesda Silva(1992) percebe na figura <strong>do</strong>caboclo um elemento central nas disputasentre a umbanda - religião que conheceuforte expansão <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 50 e 60 acompanhan<strong>do</strong>o crescimento da metrópole - e ocan<strong>do</strong>mblé - que passara desapercebi<strong>do</strong>até o final <strong>do</strong>s a<strong>no</strong>s 70, quan<strong>do</strong> começanão só a ser um culto expressivo como adisputar com a umbanda os seus fiéis

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!