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Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

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Os Waiãpi estão <strong>no</strong> centro <strong>do</strong> universo enquantoem volta deles, as outras etnias sedistribuem como amigos, inimigos ebrancos.A superposição de patamares é pensada,<strong>no</strong> tempo, como uma degradação físicadas camadas de terra, que suportamdiferentes esta<strong>do</strong>s da humanidade.A plataforma superior é dura e <strong>no</strong>va,tanto <strong>do</strong> ponto de vista da floresta, comoda sobre-humanidade que nela vive. Emcontraposição, o patamar inferior é um espaçodegrada<strong>do</strong>, <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> monstro associa<strong>do</strong>ao Jupará - macaco da <strong>no</strong>ite. Elepossui uma foice que corta a cabeça à distância,alimenta-se de carne semi-crua etoma banho <strong>no</strong> sangue, configuran<strong>do</strong> comportamento<strong>no</strong> huma<strong>no</strong>.O pla<strong>no</strong> terrestre, onde vive a humanidadeatual, já está degrada<strong>do</strong> e um diacairá para baixo, <strong>no</strong> mun<strong>do</strong> subterrâneo,pensa<strong>do</strong> como "podre". Na borda desta terra,moram as borboletas, encarregadas deamarrar os cipós que mantêm a boa altura<strong>do</strong> céu, evitan<strong>do</strong> que este desabe sobrea terra, provocan<strong>do</strong> a destruição cíclica quelevará a humanidade para baixo e trará <strong>no</strong>vacarga de homens, <strong>no</strong>vos, vin<strong>do</strong>s <strong>do</strong> céude cima. No ritual <strong>do</strong> Jupará, dança-secom longas varas que, simbolicamente, recolocamo céu <strong>no</strong> seu lugar.No final da terra, estende-se uma regiãode grandes águas, o ocea<strong>no</strong>, cuja turbulênciaassinala a presença de seu prin-cipal ocupante, a grande Anaconda, que,ao se levantar, aparece como o arco-íris,a leste. A presença <strong>do</strong> arco-íris, à oeste, significariauma alteração <strong>no</strong> movimento daságuas, prefiguran<strong>do</strong> o cataclisma.O segun<strong>do</strong> patamar celeste é a morada<strong>do</strong> urubu-de-duas-cabeças e das avesde rapina, representadas pelo Gavião Real.Enquanto o <strong>do</strong><strong>no</strong> <strong>do</strong> lugar <strong>no</strong> sai de suamorada, suas criaturas, os urubus da mata,descem à terra, à procura de carne apodrecidaque levam ao seu mestre. O GaviãoAcauã frequenta esse céu. Esta aveé intermediária entre o mun<strong>do</strong> sobre--huma<strong>no</strong> e a humanidade atual, sen<strong>do</strong> responsávelpelo transporte <strong>do</strong>s homens aocéu. É auxiliar <strong>do</strong>s xamãs, que também fazemessa mediação, para trazer os mortosem visita a seus parentes terrestres.O terceiro patamar é a morada <strong>do</strong> heróicria<strong>do</strong>r, com as aldeias <strong>do</strong>s mortos, espalhadasnuma floresta limpa. Os mortos,quan<strong>do</strong> chegam a esse patamar, bebem ocaxiri, que lhes é ofereci<strong>do</strong> pelos parentes,para que se distanciem, definitivamente, <strong>do</strong>mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s vivos. Ali rejuvenescem, forman<strong>do</strong>,assim, uma humanidade <strong>no</strong>va,que virá substituir a <strong>no</strong>ssa, após o próximocataclisma.Além desse, existem outros céus, queconfiguram a infinidade dessa estrutura detransformações cíclicas <strong>do</strong> cosmo."Instalação para apresentação da cosmovisão<strong>do</strong>s índios Waiãpi através da materializaçãode algumas imagens com asquais os índios Waiãpi explicam a estrutura<strong>do</strong> universo e de sua dinâmica de trans-

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