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Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

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"Chefe <strong>do</strong>sBorore<strong>no</strong>s partin<strong>do</strong>para um ataque",aquarela s/papel.Jean BaptisteDebret s/d.Museus CastroMaya. Foto Eduar<strong>do</strong>Mello.terísticas próprias à região. Se, nascapitanias <strong>do</strong> sul, as expedições foram empreendidasà revelia das autoridades, a presençae ingerência <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>no</strong> abastecimentoe distribuição da mão-de-obra nativaeram <strong>no</strong>táveis <strong>no</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Maranhão.Durante a primeira metade <strong>do</strong> séculoXVII, a tropa de resgate representava aprincipal forma de recrutamento de mãode-obraindígena. As tropas, devidamentelicenciadas pelas autoridades régias, emteoria visavam resgatar índios destina<strong>do</strong>sa serem devora<strong>do</strong>s por seus inimigos. Porém,poucas tropas observavam pontualmentea lei, tornan<strong>do</strong>-se pretextos para aescravização e destruição de inúmeras tribosao longo <strong>do</strong>s principais rios da Amazónia.Com o financiamento de comerciantesde Belém ou São Luís, que também seinteressavam pelas "drogas <strong>do</strong> sertão", sertanistasespecializa<strong>do</strong>s organizavam flotilhasde ca<strong>no</strong>as para penetrar os caudalosos riosda Amazónia. Os arma<strong>do</strong>res dessas expediçõesgeralmente arcavam com o seu custeio,fornecen<strong>do</strong> armas, correntes, ferramentase alimentos. Tanto sertanistaquanto arma<strong>do</strong>r contavam, ainda, com aconivência de autoridades corruptas, quepermitiam abusos em troca de escravos eoutros favores. O Governa<strong>do</strong>r FranciscoCoelho de Carvalho, por exemplo, ganhou<strong>no</strong>toriedade enquanto próspero negociantede "tapuias", envia<strong>do</strong>s para as capitanias<strong>do</strong> <strong>no</strong>rdeste e até para as colónias espanholas.4Não existem muitos registros destas primeirasexpedições; contu<strong>do</strong>, deixavam suaindelével marca <strong>no</strong> despovoamento <strong>do</strong>Baixo Amazonas. Quan<strong>do</strong> chegou em SãoLuís, na década de 1650, o padre AntónioVieira denunciou a magnitude <strong>do</strong> movimento,declaran<strong>do</strong> que, <strong>no</strong>s 40 a<strong>no</strong>s anteriores,cerca de <strong>do</strong>is milhões de índiosteriam si<strong>do</strong> extingui<strong>do</strong>s pelos colo<strong>no</strong>s <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Maranhão. Estes, por seu tur<strong>no</strong>,pouco se importavam com a sobrevivênciade seus cativos, uma vez que aAmazónia parecia proporcionar-lhes umainexaurível fonte de trabalha<strong>do</strong>res. O próprioVieira verificava o processo de despovoamentoem sua primeira grande aventurapara o sertão quan<strong>do</strong>, em 1654,acompanhava uma tropa para o rio Tocantins.Habitada outrora por populosa triboda língua geral, a região guardava apenas<strong>no</strong> <strong>no</strong>me <strong>do</strong> rio a memória <strong>do</strong>s índios Tocantins,segun<strong>do</strong> Vieira, dizima<strong>do</strong>s pelosportugueses em poucos a<strong>no</strong>s.A exemplo das capitanias brasileiras <strong>no</strong>século XVI, o fluxo cada vez maior de es-

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