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Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

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5. "Fazer <strong>no</strong> santo" significa um conjunto de rituaisde iniciação através <strong>do</strong>s quais o pai ou a mãe-de--santo vincula um indivíduo a um orixá. No caso<strong>do</strong> caboclo, a "feitura" não seria necessária. "O problemada "feitura" mostra-se, portanto, como um sinalde legitimidade <strong>no</strong> universo afro-brasileiro, servin<strong>do</strong>de marca para a distinção caboclo-orixá."(Santos, 1992: 73)6. É importante salientar que a associação entreOxóssi e os caboclos já fora feita por Roger Bastide(1989), que viu nesta associação uma forma de preservara "pureza nagô" <strong>do</strong>s tradicionais terreiros porele estuda<strong>do</strong>s na Bahia.7. Não preten<strong>do</strong> acrescentar nada <strong>no</strong>vo com relaçãoao complexo debate em tor<strong>no</strong> da pureza nagô,mas sim ressaltar a importância da polémica quan<strong>do</strong>se trata de entender o "status" que o caboclo ocupouna literatura especializada, por um la<strong>do</strong>, e poroutro, o seu papel <strong>no</strong> interior das próprias disputas<strong>no</strong> interior <strong>do</strong>s diferentes campos religiosos afro--brasileiros. Para maiores informações, ver Fry (1982,1986), Góis Dantas (1982. 1988), Santos (1992).Gonçalves (1992).8. Nome <strong>do</strong>s terreiros que cultuam outras entidades,sobretu<strong>do</strong> caboclos, além <strong>do</strong>s orixás africa<strong>no</strong>sem Sergipe.9. Ver também Prandi. 1991.10. E interessante <strong>no</strong>tar que as entidades cultuadasna umbanda são tidas, em geral, pelos adeptos <strong>do</strong>can<strong>do</strong>mblé como "eguns". ou seja, espíritos <strong>do</strong>s mortos.O culto aos eguns é. muitas vezes, condena<strong>do</strong>pelo can<strong>do</strong>mblé, com exceção de alguns terreiros.Com relação ao caboclo, como chama a atençãoSantos, "(...) essa identificação <strong>do</strong> caboclo como sen<strong>do</strong>um egun deve ser entendida <strong>no</strong> campo das diferençasentre terreiros que não cultuam abertamenteos caboclos, e os demais terreiros que o cultuame ressaltam a sua importância <strong>no</strong> panteão ao la<strong>do</strong><strong>do</strong>s orixás. Temos portanto duas posturas. Na primeira,o caboclo é considera<strong>do</strong> como um espíritode um morto ancestral. Na segunda, o caboclo é defini<strong>do</strong>como uma deidade a ser cultuada <strong>no</strong>s moldes<strong>do</strong> culto aos orixás." (1992: 62)11. "Despachar" significa a expulsão da entidade <strong>do</strong>panteão <strong>do</strong> terreiro. A tese de Vagner Gonçalves daSilva possui a descrição <strong>do</strong> despacho de um cabocloboiadeiro de um terreiro queto em processo dereafricanização (129 - 131).12. Não tratei neste artigo de outras entidades associadasaos caboclos, como o boiadeiro (Santos,1992) e o Martim Pesca<strong>do</strong>r (Carneiro, 1986; Santos,1992). Podemos, contu<strong>do</strong>, afirmar que o cabocloé, em geral, associa<strong>do</strong> à imagem <strong>do</strong> índio.BibliografiaAmaral. Rita de Cássia M. P - 1992 - Povo-de--Santo, Povo de Festa: Estu<strong>do</strong> Antropológico<strong>do</strong> Estilo de Vida <strong>do</strong>s Adeptos <strong>do</strong> Can<strong>do</strong>mbléPaulista. Dissertação de Mestra<strong>do</strong>. SãoPaulo, USP.Bastide, Roger - 1973 - Estu<strong>do</strong>s Afro-<strong>Brasil</strong>eiros.São Paulo. Perspectiva.1978 - O Can<strong>do</strong>mblé da Bahia. São Paulo. CompanhiaEditora Nacional.- 1989 - As Religiões Africanas <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>. São Paulo,Pioneira.Brown, Diana - 1977 - Umbanda - Politics of anUrban Religious Movement, PhD Thesis, Departamentof Anthropology, Columbia University.Brumana, Fernan<strong>do</strong> G. e Martinez, Elda G. - 1991- Marginália Sagrada, Campinas, Editora daUNICAMP.Cândi<strong>do</strong>, António - 1981 - Formação da Literatura<strong>Brasil</strong>eira, vol. 2, Belo Horizonte. Itatiaia.Carneiro, Edison - 1986 - Can<strong>do</strong>mblés da Bahia.Rio de Janeiro, Civilização <strong>Brasil</strong>eira.Castoriadis, Cornelius - 1975 - UInstitution Imaginairede la Société. Paris.Dantas, Beatriz G. - 1982 "Repensan<strong>do</strong> a purezanagô" in Religião e Sociedade n. 8, Rio deJaneiro.1988 - Vovó Nagô e Papai Branco. Rio de Janeiro,Graal.Durham, Eunice - 1983 - "O lugar <strong>do</strong> índio" in Oíndio e a Cidadania. São Paulo. ComissãoPró-índio/<strong>Brasil</strong>iense.Fry, Peter - 1982 - "Feijoada e Soul Food: Notas sobrea Manipulação de Símbolos Étnicos e Nacionais"in Para Inglês Ver, Rio de Janeiro,Zahar.- 1986 - "Gallus Africanus Est. ou, Como Roger Bastidese Tor<strong>no</strong>u Africa<strong>no</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>" in Revisitan<strong>do</strong>a Terra de Contrastes: a atualidade daobra de Roger Bastide. São Paulo. CE-RU/FFLCH-USP.Gonçalves da Silva, Vagner - 1992 - O Can<strong>do</strong>mbléna Cidade: Tradição e Re<strong>no</strong>vação. Dissertaçãode Mestra<strong>do</strong>, São Paulo, USP.Landes, Ruth - 1967 - A Cidade das Mulheres. Riode Janeiro. 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