10.07.2015 Views

Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

"índios Guanás,feitos em São Paulo,junho 1830".nanquim agua<strong>do</strong>.Coleção CyrilloHércules Florence.Foto in "História <strong>do</strong>síndios <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>".iniciativa privada, além da presença <strong>do</strong>s jesuítas.De caráter misto, portanto, estes empreendimentosserviam tanto para "descer"índios considera<strong>do</strong>s mansos para os aldeamentos,quanto para "resgatar" escravos.Em diversas ocasiões, as tropas assumirama característica de expedições punitivas, asvezes atingin<strong>do</strong> proporções semelhantes àsgrandes bandeiras paulistas.O estatuto jurídico <strong>do</strong>s índios egressos<strong>do</strong> sertão provinha, neste senti<strong>do</strong>, das condiçõesde apresamento. A diferença entre"forros" e "escravos" não deixava de suscitardúvidas e mesmo provocar situaçõesbastante contraditórias, conforme o padreVieira não cansava de destacar. O caso deum grupo Tupi <strong>do</strong> Tocantins chamava aatenção <strong>do</strong> padre, pois, chega<strong>do</strong>s em Belémem 1654 na condição de forros, encontravamparentes próximos que haviamchega<strong>do</strong> em 1647 como escravos numaoutra tropa. Apesar de perfeitamente "legal"segun<strong>do</strong> a legislação vigente, a convivência<strong>do</strong>s "forros" com seus irmãos considera<strong>do</strong>scativos causava constrangimentopara o relator inacia<strong>no</strong>. 6Embora não conseguisse evitar a escravizaçãoilegal de centenas de cativos, a presençamilitante de Vieira e de outros jesuítaspelo me<strong>no</strong>s foi suficientementedesconcertante para aquecer o conflito entremissionários e colo<strong>no</strong>s. Os padresacompanhan<strong>do</strong> as tropas de resgate nãodeixavam de perceber que raras foram asguerras justas e poucos eram os legítimosresgates. Mas os colo<strong>no</strong>s desejavam o controleabsoluto sobre os trabalha<strong>do</strong>res egressos<strong>do</strong> sertão, pois a mediação <strong>do</strong>s padrestanto <strong>no</strong> julgamento <strong>do</strong>s cativos quanto nadistribuição da mão-de-obra "forra" dasmissões tornava-se cada vez mais inconveniente.Seguin<strong>do</strong> o exemplo de seus semelhantespaulistas de vinte a<strong>no</strong>s antes, oscolo<strong>no</strong>s <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Maranhão resolveramradicalizar o conflito e partiram, em1661, para a expulsão <strong>do</strong>s padres.Assim, durante os a<strong>no</strong>s 1660 e 1670,sem maior interferência <strong>do</strong>s jesuítas, inúmerastropas penetravam os rios da Amazóniaem busca de escravos. No entanto,a evidente devastação das populações e aimpunidade <strong>do</strong>s colo<strong>no</strong>s suscitaram uma<strong>no</strong>va reviravolta na política indigenista, coma lei de 1680, que mais uma vez enfaticamenteproibiu o cativeiro <strong>do</strong>s índios. A reação<strong>do</strong>s colo<strong>no</strong>s de São Luís foi forte eimediata, pois defendiam até a morte o direitode descer índios <strong>do</strong> sertão e de ex-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!