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Sarah Dunant – O Nascimento de Vênus (pdf)(rev

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seu toque foi viscoso. Deixou-a ali por um tempo. Depois, usando as duas mãos,<br />

ergueu o tecido <strong>de</strong> minha camisola e foi dobrando-o, cuidadosamente, para<br />

cima, até minhas pernas ficarem expostas até quase o sexo. Agora, quando a sua<br />

mão foi até a minha panturrilha, tocou diretamente na pele. Engoli em seco,<br />

observando seus <strong>de</strong>dos, e não seu rosto, tentando impedir que meu corpo se<br />

enrijecesse. Ele traçou uma linha sobre o meu joelho e minha coxa, até a beira<br />

da camisola erguida, então levantou-a mais, até meu pêlo começar a se expor,<br />

tão negro ou mais que meu cabelo. Plautilla teria tingido ali também? Agora era<br />

tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais, pensei freneticamente. Meu instinto me dominaria <strong>de</strong> novo. Eu<br />

tinha sido instruída à modéstia por tempo <strong>de</strong>mais para que a <strong>de</strong>scartasse tão<br />

subitamente. Ele tirou as mãos e ficou me examinando, por um instante. Parecia<br />

que havia algo errado. Como se algo não o agradasse. Mas se era eu ou ele, eu<br />

não sabia dizer. Pensei em suas estátuas: a carne <strong>de</strong> mármore suave, tão perfeita,<br />

tão jovem. Talvez ele estivesse constrangido com as imperfeições <strong>de</strong> meu<br />

acanhamento e sua ida<strong>de</strong>.<br />

— Não vai se <strong>de</strong>spir? — perguntei. E para a minha aflição, minha voz<br />

soou infantil<br />

— Não será necessário — respon<strong>de</strong>u, quase inflexivelmente. Ocorreu-me<br />

a imagem repentina da cortesã e o homem com a cabeça enterrada em seu colo.<br />

E senti enjôo. Eu me perguntei se ele me beijaria agora. Certamente esse era o<br />

momento. Mas não beijou.<br />

Em vez disso, foi mais para a beirada da cama e com uma mão começou a<br />

<strong>de</strong>sabotoar seu gibão. Quando sua roupa ficou solta, enfiou a mão <strong>de</strong>ntro e pôs<br />

seu pênis para fora, <strong>de</strong>ixando-o flácido em sua mão. Fiquei paralisada, em<br />

pânico, sem saber se olhava ou não. É claro que eu tinha visto pênis antes, nas<br />

estátuas, e, como toda as garotas muito novas, tinha ficado perplexa com sua<br />

feiúra esquelética e, ao mesmo tempo, confusa com como uma coisa tão<br />

parecida a uma lesma e murcha podia crescer e se tornar uma arma dura o<br />

bastante para penetrar em um buraco da mulher. Agora, embora não conseguisse<br />

olhar, também não conseguia afastar os olhos. Por que ele não se <strong>de</strong>itava? Erila<br />

tinha dito que havia várias maneiras <strong>de</strong> um homem e uma mulher fazerem isso,<br />

mas eu não reconhecia essa. Ele fechou o punho em volta e começou a puxar e<br />

acariciar, a mão subindo e <strong>de</strong>scendo no membro, com um movimento regular, <strong>de</strong><br />

certa forma rítmico. A outra mão jazia inerte sobre minha perna.<br />

Observei pasma. Ele parecia entrar em transe. Não olhava mais para mim.<br />

Parecia olhar para si mesmo, seus olhos semicerrados e sua boca semi-aberta, e<br />

emitia ruídos como pequenos grunhidos. Depois <strong>de</strong> algum tempo, tirou sua mão<br />

<strong>de</strong> mim e também a usou em si mesmo. Relanceou os olhos para mim uma vez,<br />

mas estavam vidrados, e apesar <strong>de</strong> eu achar que estava sorrindo, seus <strong>de</strong>ntes<br />

estavam ligeiramente expostos, mais como uma careta. Tentei sorrir também,

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