Sarah Dunant – O Nascimento de Vênus (pdf)(rev
Sarah Dunant – O Nascimento de Vênus (pdf)(rev
Sarah Dunant – O Nascimento de Vênus (pdf)(rev
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
consentimento. — Vivi <strong>de</strong> maneira tão diferente esses anos todos, e agora tenho<br />
medo.<br />
— Sei disso. Esquece-se <strong>de</strong> que eu já tive esse medo. — Puxou-me para si<br />
e me beijou <strong>de</strong>licadamente, puxando meu lábio inferior com o seu, <strong>de</strong>slizando a<br />
língua <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> minha boca, incitando-me a brincar. E seu gosto era tão quente<br />
e lembrava-me <strong>de</strong>le tão bem, mesmo tendo sido quando éramos tão crianças...<br />
Ele interrompeu-se. — Mas, agora, não tenho medo. — E o seu sorriso iluminou<br />
nossos rostos. — E não po<strong>de</strong> imaginar quanto tempo esperei por este momento,<br />
Alessandra Cecchi.<br />
Despiu-me lentamente, colocando <strong>de</strong> um lado, com cuidado, meu hábito,<br />
e me examinando a cada peça que tirava, até remover, por fim, minha camisa e<br />
eu ficar nua na sua frente. Eu tinha me assustado com meu cabelo, que no<br />
passado tinha sido a minha glória e que não mais podia cair como um rio <strong>de</strong> lava<br />
negra por minhas costas. Mas quando fiquei sem a touca, o cabelo curto e<br />
embaraçado surgiu como relva rija, e ele passou a mão, eriçando-o, como se<br />
fosse um atributo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> alegria e beleza.<br />
Ouvi dizerem que há homens que gostam da idéia <strong>de</strong> possuírem freiras. É<br />
claro que se trata do mais grosseiro dos crimes, pois é adultério contra Deus.<br />
Suponho que só por essa razão, po<strong>de</strong>-se perceber como aqueles que vivem para<br />
a sensação, a achem mais potente, por isso geralmente ou são loucos por guerra<br />
ou bebem antes <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r realizá-lo. Mas ele não era nenhum dos dois. Ele era<br />
louco por ternura.<br />
Pôs as mãos entre minhas pernas, traçando a linha da parte interna <strong>de</strong><br />
minha coxa, <strong>de</strong>slizando seu <strong>de</strong>do para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim, brincando com a carne<br />
que encontrou ali, seus olhos tão ousados quanto seu toque, presos aos meus,<br />
examinando-me o tempo todo. Então me beijou <strong>de</strong> novo e, quando parou,<br />
repetiu meu nome várias vezes. E o tempo todo, parecia tão à vonta<strong>de</strong> que me<br />
fez rir, e me perguntei, <strong>de</strong> novo, como alguém que tinha sido tão <strong>de</strong>sajeitado se<br />
tornara tão seguro.<br />
— Des<strong>de</strong> quando ficou tão seguro em relação a essas coisas?<br />
— Des<strong>de</strong> que me mandou embora — disse ele baixinho, beijando-me <strong>de</strong><br />
novo, fechando meus olhos com seus lábios. — Agora pare <strong>de</strong> pensar —<br />
sussurrou em meu ouvido. — Por uma única vez pare essa sua cabeça vibrante.<br />
Separou meu sexo com seus <strong>de</strong>dos <strong>de</strong> novo, cuidadosamente, com<br />
precisão, seus olhos nos meus o tempo todo, e usou a ponta dos <strong>de</strong>dos para tocar<br />
a extremida<strong>de</strong> da minha fenda, e pressionou, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ando uma sensação<br />
prazerosa em mim. Nessa tar<strong>de</strong>, ele me mostrou coisas que nunca imaginei;<br />
peculiarida<strong>de</strong>s do sexo, iguarias do <strong>de</strong>sejo. Mais que tudo lembro-me do toque<br />
<strong>de</strong> sua língua em mim, como a ponta da língua <strong>de</strong> um gato, limando com<br />
movimentos rápidos e firmes, sorvendo o leite, Toda vez que eu gemia, ele