Sarah Dunant – O Nascimento de Vênus (pdf)(rev
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mas o pânico aumentava tanto em mim, que tenho certeza <strong>de</strong> que ele o percebia.<br />
Senti minhas pernas colarem uma na outra.<br />
Ele agora fazia com mais força, e sob seus <strong>de</strong>dos, o pênis começou a<br />
inflar. "Ah... ah..." Ele <strong>de</strong>u uma série <strong>de</strong> arquejos, semelhantes a uma risada, e<br />
olhou para baixo.<br />
— Assim está melhor — murmurou, agora, respirando com arquejos mais<br />
longos.<br />
Ajeitou-se mais para cima da cama, em minha direção, sem parar <strong>de</strong><br />
mexer em seu pênis, para mantê-lo rijo. Soltou uma mão para pegar algo no<br />
armário do lado. Era um frasco <strong>de</strong> vidro azul, <strong>de</strong> boca larga. Manuseou<br />
<strong>de</strong>sajeitadamente sua tampa e, então, pôs os <strong>de</strong>dos <strong>de</strong>ntro, retirando uma<br />
substância clara. Passou-a sobre o membro, <strong>de</strong>pois molhou sua mão <strong>de</strong> novo no<br />
frasco e se moveu na minha direção. Me retraí involuntariamente.<br />
— Não se mexa — disse rispidamente. Fiquei imóvel. Seus <strong>de</strong>dos<br />
enfiaram-se por meu pêlo, tateando a abertura. O ungüento era gorduroso e<br />
gelado, tão gelado que me fez gritar.<br />
— Não machuca — disse ele, ofegando. — Ainda não fiz nada. Sacudi a<br />
cabeça, tremendo.<br />
— Está frio — disse eu. — Está frio. — E tentava não chorar. Ele <strong>de</strong>u<br />
uma gargalhada. Ri também <strong>de</strong> puro terror.<br />
— Oh, Deus, não ria agora, senão todo meu trabalho irá por água abaixo<br />
— disse ele imediatamente, e recomeçou a se friccionar. A risada entalou na<br />
minha garganta.<br />
— Você é virgem, certo?<br />
— Sim.<br />
— Então, vou romper o hímen. Será mais fácil quando eu meter <strong>de</strong>ntro.<br />
Enten<strong>de</strong>u?<br />
Assenti com a cabeça. O que ensinavam às jovens? "Virtu<strong>de</strong> é dote mais<br />
valioso do que dinheiro." Mas tal conselho não era nenhum conforto agora. Não<br />
esclarecia em nada a terrível confusão se <strong>de</strong>senrolando <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim.<br />
Ele começou a <strong>de</strong>slizar dois <strong>de</strong>dos para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim. E logo antes <strong>de</strong><br />
fazer isso, percebi um arrepio atravessar seu rosto. Dessa vez, ele não conseguiu<br />
escon<strong>de</strong>r sua aversão. Então empurrou para <strong>de</strong>ntro. Gritei. Doeu: uma dor<br />
escaldante, dilacerante, como o corte <strong>de</strong> uma camada da pele. Pensei em <strong>de</strong>ntes<br />
sendo arrancados, mas não percebi nenhum sinal do alaú<strong>de</strong>.<br />
— Boa menina — murmurou, a voz engrolada. — Boa menina. Pronto. —<br />
Empurrou mais uma vez e mais uma vez gani, embora mais baixo <strong>de</strong>ssa vez,<br />
porque senti menos dor. — Boa menina — repetiu. Senti como se falasse com<br />
um animal, um cachorro ou um gato em trabalho <strong>de</strong> parto. Ele retirou a mão <strong>de</strong><br />
mim e notei uma camada turva <strong>de</strong> sangue em seus <strong>de</strong>dos. Também notei que seu