Sarah Dunant – O Nascimento de Vênus (pdf)(rev
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pênis começou a se curvar. — Droga — disse ele, e agora, usou as duas mãos<br />
para puxá-lo. — Droga. — E era como se sentisse raiva.<br />
Quando o trouxe <strong>de</strong> volta à vida, trepou em cima <strong>de</strong> mim, ajeitando-se um<br />
uma posição em que seu pênis ficava sobre o meu sexo, e se mexeu e tentou<br />
encaixá-lo em mim. Começou a amolecer assim que tocou em mim, mas ele o<br />
enrijeceu com seus <strong>de</strong>dos e, finalmente, conseguiu enfiá-los junto com o<br />
membro. Mas apesar <strong>de</strong> minha pele virgem ter sido rompida, eu não tinha<br />
abertura suficiente nem estava lubrificada o bastante para o seu tamanho. A<br />
transgressão <strong>de</strong> minha mãe tinha me <strong>de</strong>formado, afinal, e gritei <strong>de</strong> novo, só que<br />
<strong>de</strong>ssa vez, não consegui parar <strong>de</strong> chorar. Ele empurrou mais. Fechei meus olhos<br />
bem apertados, como uma criança esperando o perigo passar, e senti um rubor<br />
<strong>de</strong> vergonha percorrer meu corpo, escuro e atordoado. Mas ele estava ocupado<br />
<strong>de</strong>mais para prestar atenção em mim agora.<br />
Empenhava-se com afinco, grunhindo, enfiando e blasfemando baixinho.<br />
"Maldição... droga..." E mesmo com dor, o senti inflando <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim. Ele<br />
retirou o <strong>de</strong>do e impulsionou mais, sua respiração muito ofegante, como um<br />
cavalo bufando com o esforço para subir a colina com uma carga pesada no<br />
lombo. Abri os olhos e vi seu rosto em cima <strong>de</strong> mim, os olhos virados, uma<br />
careta como a <strong>de</strong> uma caveira, cada músculo retesado e impelindo com força,<br />
como se fosse romper. De repente, um resfôlego e um grito, e o senti amolecer<br />
<strong>de</strong>ntro e fora, e um líquido quente escorreu por entre as minhas pernas, enquanto<br />
ele saía <strong>de</strong> mim e rolava pesadamente para o outro lado da cama, arquejando<br />
sem ar, como um homem salvo quando se afogava. Ficou <strong>de</strong>itado recuperando o<br />
fôlego, uma meta<strong>de</strong> sua ria, a outra ofegava.<br />
Estava terminado. Eu tinha sido possuída, Erila tinha razão. Não tinha<br />
morrido disso. Mas do Vinculum Mundi não havia sinal.<br />
Depois <strong>de</strong> um tempo, levantou-se e atravessou o quarto. Por um instante,<br />
achei que ia embora. Mas foi até a mesa, on<strong>de</strong> estava a jarra <strong>de</strong> água e um pano.<br />
Ficou meio <strong>de</strong> lado para mim, limpando-se e pondo o pênis <strong>de</strong> novo para <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>de</strong> sua roupa. Parecia já ter-me esquecido. Deu um longo suspiro, como se para<br />
<strong>de</strong>ixar qualquer lembrança disso para trás, e quando virou-se, estava novamente<br />
calmo, e juro que parecia, <strong>de</strong> certa forma, satisfeito consigo mesmo.<br />
Ver-me <strong>de</strong>ve tê-lo alarmado. Sei que continuava chorando. Doía muito<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim para que eu conseguisse fechar as pernas, <strong>de</strong> modo que baixei a<br />
camisola e curvei-me para puxar o lençol, estremecendo ao me mover, e<br />
percebendo a mancha rosada espalhando-se como a minha vergonha no lençol<br />
branco <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> mim.<br />
Ele examinou-me por um instante, <strong>de</strong>pois encheu dois copos e bebeu um<br />
longo trago. Veio até a cama e esten<strong>de</strong>u o segundo para mim.<br />
Recusei com a cabeça. Não podia olhar para ele.