INFORMAÃÃO E SEGURANÃA PÃBLICA: A ... - Crisp - UFMG
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Evidencia-se que a ação policial baseada em análise de dados e IEG, sobretudo quando<br />
adequadamente realizadas, caracteriza uma evolução no trabalho de policiamento baseado na<br />
solução de problemas e manutenção da ordem pública, sendo um divisor de águas em relação<br />
às estratégias ortodoxas/tradicionais. Nisso os Consep podem assumir um papel importante,<br />
funcionando complementarmente ao trabalho dos policiais dos centros de análise de crimes. É<br />
nesse sentido que, para Reuland citado por Beato Filho (2001), “a utilização intensiva de<br />
tecnologias de informação tem promovido uma verdadeira revolução silenciosa nas polícias<br />
do mundo”. Outros autores destacam o papel dos SIEG para a consolidação do policiamento<br />
comunitário voltado para a solução de problemas:<br />
A criação de unidades de análise de crimes tem se constituído num dos<br />
principais suportes para o desenvolvimento do policiamento comunitário e<br />
de solução de problemas. Sistemas de informação têm servido para detecção<br />
de padrões e regularidades de maneira a dar suporte a atividades de<br />
policiamento, bem como para prestar contas à comunidade sobre problemas<br />
relativos à segurança (Buslik e Maltz citados por Beato Filho: 2001, p.7).<br />
Além disso, vale registrar que “nas atividades de investigação, a montagem de bases<br />
de dados sobre suspeitos e seu modus operandi tem contribuído para incrementar a qualidade<br />
das investigações” (BEATO FILHO, 2001, p.7) e que sistemas de informação têm servido<br />
para integrar informações resultantes de fontes não policiais (órgãos públicos); fontes<br />
policiais (quadrilhas, gangues, arquivos, mapas, etc.) e grupos comunitários (encontros<br />
formais e informais). Junta-se uma grande quantidade de informações num sistema único que,<br />
disseminado, congrega a polícia, outras agências públicas e os civis.<br />
Admitindo que alguns passos nesse sentido têm sido dados, como um sistema de<br />
indicadores sociais de segurança da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), Beato<br />
Filho (2001) considera que um dos problemas inerentes à criação de unidades de informação é<br />
a ausência de um enfoque específico voltado para a análise de crimes, decorrente da<br />
fragmentação organizacional no trato das informações por parte das organizações policiais.<br />
Concluindo, pode-se dizer que as IEG são extremamente úteis para fins de<br />
identificação de problemas e desenvolvimento de estratégias e programas de policiamento e<br />
segurança pública em nível local, pois fornecem interessantes medidas de distribuição<br />
espacial e temporal dos fenômenos. São ferramentas importantes, que podem ser utilizadas<br />
em programas de policiamento orientados para a solução de problemas.<br />
Entretanto, Beato Filho (2001) refere-se, também, a três obstáculos ou problemas que<br />
dificultam o desenvolvimento e a implantação de SI sobre criminalidade nas polícias militares