INFORMAÃÃO E SEGURANÃA PÃBLICA: A ... - Crisp - UFMG
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dentro”. Ou seja, ele questionava a informação indicativa de que a ocorrência se dava no<br />
estacionamento do Mineirão e, portanto, determinava (de forma equivocada) o foco das<br />
atenções da Comovec. Deu o exemplo do assalto ocorrido num coletivo no Bairro São Gabriel,<br />
mas que foi registrado na 17 ª , “porque a polícia era boa”. O comandante queixou-se de que<br />
ocorrências de outros bairros acabam, realmente, caindo na 17 ª . “Recebo pressões por coisas<br />
que não são minhas” e prosseguiu, “tenho uma militar que pega os dados oficiais e verifica se<br />
os logradouros são mesmo na 17 ª companhia”. Referindo-se à análise do novo militar que está<br />
trabalhando com as IEG, disse que “essa que é a verdadeira”. Esclareceu, entretanto, que<br />
esses equívocos, que pressionam seu trabalho, não trazem prejuízo à comunidade.<br />
O presidente do Consep não concordou com o comandante, dizendo que “é a imagem<br />
do bairro”. O Pcom 22, preocupado com a questão, disse que “isso é um problema sim”. O<br />
Pcom 21 disse que deve-se trabalhar com a estatística do comandante “que é a real” e não<br />
com a que vem do comando-geral (na realidade, da SEDS). O Pcom 22 insistiu dizendo que<br />
“há problema mesmo assim” e que o erro está vindo “lá em cima”. O representante da AR-<br />
PMBH ponderou que isso “não muda a realidade”, sugerindo que o importante é o real e não<br />
a estatística, e completou dizendo: “isso é até melhor para conseguir efetivos”.<br />
O comandante disse, então, que “a diferença não é muito grande”, mas que realmente<br />
se preocupava “quando a imprensa divulga, porque há outros interesses”, já que “a imprensa<br />
não tem idoneidade”. E concluiu: “quando divulga estatística tem que ter muito cuidado”. O<br />
presidente do Consep, demonstrando sua preocupação com o controle da informação, disse<br />
que “o nosso medo faz passar informação errada”, referindo-se, muito provavelmente, a<br />
pessoas do bairro que transmitem informações alarmistas, que ele considera falsas ou<br />
exageradas, à imprensa ou a outros moradores, como no caso do toque de recolher (1 ª reunião).<br />
Ou seja, para ele, o medo faz disseminar informações que comprometem a imagem do bairro e<br />
concorrem para piorar situações.<br />
Os problemas discutidos evidenciam que a informação não gera apenas redução de<br />
incertezas, mas também seu aumento, dúvidas e questões que precisam ser elaboradas pelos<br />
usuários. As informações, e mais especificamente as IEG, são apropriadas e refeitas pela<br />
comunidade. Há uma pluralidade de significados e sentidos, uma polifonia, que tende a tomar<br />
reuniões do Consep.