INFORMAÃÃO E SEGURANÃA PÃBLICA: A ... - Crisp - UFMG
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ser construída, e isso se dá nos meandros da estrutura social que, ao mesmo tempo em que<br />
limita os horizontes do sujeito, confere sentido e contextualiza suas práticas.<br />
2.4 Meadows e a comunicação informal: colégios invisíveis e barreiras de comunicação<br />
A importância desse autor, um estudioso da comunicação científica, reside no valor<br />
que confere à informalidade, mais especificamente à fala, como forma de transmissão de<br />
informações. Ele salienta que “a comunicação oral oferece maior flexibilidade quando se trata<br />
de colher informações do que a comunicação escrita” (MEADOWS, 1999, p.138) e observa<br />
que os estudos acerca de canais de comunicação científica dão conta de que a conversa com<br />
colegas iguala-se à leitura de periódicos e livros como método de obtenção de informações.<br />
Isso quer dizer que, na comunidade científica, as pessoas, no caso colegas, são fontes de<br />
informação tão importantes quanto livros e periódicos especializados.<br />
Mesmo admitindo que a fala é mais limitada do que a escrita, Meadows (1999)<br />
considera que, para haver uma “comunicação eficiente de informações científicas, as fontes<br />
formais impressas devem ser complementadas com fontes informais (geralmente orais)”<br />
(p.135). Ao apontar características da fala e da leitura como modalidades de comunicação e<br />
transmissão de informações, o autor observa que se trata de processos interativos que, no<br />
entanto, diferem porque “uma conversa face a face envolve uma relação social, enquanto a<br />
interação com a página impressa, não” (p.137). Ele exemplifica, observando que qualquer<br />
aluno pode ler o artigo de um cientista eminente, mas para falar com ele é necessário, por<br />
exemplo, tomar coragem e, provavelmente, fazer alguma preparação.<br />
Meadows (1999) pondera que, embora a fala possa ser produzida com mais rapidez do<br />
que a escrita, o que não deixa de ser uma vantagem, as informações escritas podem ser<br />
absorvidas mais rapidamente, pois a leitura de um artigo, por exemplo, “proporcionará mais<br />
informações em menos tempo do que ouvir uma palestra sobre o conteúdo desse artigo”<br />
(p.135). Uma outra limitação da fala é que ela “apresenta informações de forma estritamente<br />
linear” (p.135-136). Isso significa que, diferentemente de um texto, uma palestra não permite<br />
voltar a pontos mais complexos ou obscuros, sendo, portanto, mais difícil de acompanhar. Por<br />
esse motivo “as apresentações orais exigem um nível mais alto de redundância”, ou seja, a