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INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

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“quem fala que a PMMG está abandonando o geoprocessamento está mentindo”, pois, na<br />

realidade, “estamos apenas colocando-o no seu devido lugar, sem supervalorizá-lo”.<br />

Tendo em vista que as pesquisas têm mostrado que aumentos nos efetivos policiais,<br />

compra de viaturas e armamentos, não têm conduzido, por si sós, a uma diminuição dos níveis<br />

de criminalidade e ao aumento da segurança, pode-se perguntar se o discurso da falta de<br />

pessoal, na verdade, não serviria para ocultar a falta de racionalidade e, talvez, um excessivo<br />

voluntarismo, um tanto quanto cego, que pretende acabar com o problema da criminalidade a<br />

todo e qualquer custo e, por isso mesmo, tornando a situação ainda mais grave e violenta?<br />

3.2.8 Resistências aos Consep na corporação<br />

Os praças participam muito pouco das reuniões dos Consep, pois há dificuldades<br />

impostas pelos limites na jornada de trabalho. As reuniões são geralmente à noite. Entretanto<br />

há, entre eles, fortes resistências à participação da comunidade nas questões de segurança<br />

pública. Indagado sobre a participação dos policiais nas reuniões dos Consep um dos<br />

entrevistados, desanimadamente, disse:<br />

Isso é complicado. Tem uma certa resistência da nossa tropa em relação aos<br />

Consep. Até comandante de companhia. (...) Então, a gente tem incentivado,<br />

cobrado a participação da tropa, de quem comanda a guarnição, de quem<br />

trabalha no policiamento a pé, para sentir, interagir com a comunidade<br />

naquela discussão. Mas é um desafio a gente fazer todo mundo cumprir da<br />

mesma maneira. A participação do nosso efetivo é um pouco limitada ainda<br />

nesse assunto (EFE5).<br />

Sobre as argumentações ou alegações mais comumente ouvidas por parte dos policiais<br />

para justificar essa resistência, um entrevistado disse:<br />

Talvez a preocupação do praça seja entender que o civil, o cidadão que está<br />

participando, vá querer interferir na ordem. No início teve muito isso, hoje<br />

não existe mais. Porque, a partir do momento em que ele vai começando a<br />

conviver, vai vendo que o civil está colaborando com a PM. Aí ele entende.<br />

Num primeiro momento, o primeiro impacto é: mas, espera aí, esse civil está<br />

dentro do quartel discutindo com a gente! Ele vai acabar comandando a<br />

polícia! Então é o primeiro impacto. Mas a partir do momento em que ele vai<br />

participando das reuniões, vai convivendo (...). Aí o policial vai abrindo a<br />

mente, vai entendendo a participação da comunidade. Por isso é que é<br />

importante e a gente faz aqui, nós já fizemos no ano passado em outubro, o<br />

primeiro encontro dos Consep com os nossos policiais e vamos fazer amanhã<br />

o segundo encontro dos policiais com os conselhos comunitários (EFE4).

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