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INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

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entrevista um pequeno número de oficiais de alta patente, como foi o caso. Sendo assim, não<br />

é possível caracterizar um fluxo linear de informações na PMMG. As falas dos oficiais foram<br />

diversificadas o bastante para orientar o olhar do pesquisador numa outra direção: a da<br />

“informação em movimento”.<br />

Verificou-se que, para abordar as questões propostas, tanto no campo da segurança<br />

pública quanto em outros campos da realidade social, a noção de “terceiro conhecimento”<br />

seria de maior utilidade. O que foi observado é descrito da seguinte forma por Marteleto<br />

(2003):<br />

Como, por que, onde classificar, organizar, registrar e formar estoques de<br />

conhecimentos? A quem é dada essa delegação? Mestres, mediadores,<br />

adaptadores, criadores, especialistas. Nomes, pessoas, instituições, lugares<br />

de aprendizagem que não formam propriamente um sistema, mas bem uma<br />

rede, um caleidoscópio mutante, tecido compósito, amalgamado, costurado<br />

com remendos, costuras, nervuras, cores. Pensar assim o conhecimento,<br />

como composição e não como simples discurso ou informação, que parte da<br />

fonte ao receptor, em processo linear de comunicação, e uma primeira<br />

abertura para a leitura do mundo das práticas e dos sentidos construídos<br />

coletivamente, nas redes sociais. Daí deriva o conceito de terceiro<br />

conhecimento ( p.18).<br />

Pode-se dizer, a título de uma síntese conclusiva, que ainda é incipiente e/ou sem<br />

muita legitimidade dentro do EM-PMMG a percepção ou o sentimento de que os SIEG<br />

podem constituir um importante recurso de apoio à implantação e consolidação do<br />

policiamento comunitário.<br />

Aqui reside, então, uma das questões desta investigação. Pressupõe-se que, da mesma<br />

forma que as IEG têm sido relativamente úteis à polícia no sentido de estimular mudanças<br />

internas, podem também ser úteis nos Consep, onde, sob a ótica da comunidade, podem ser<br />

enriquecidas e contextualizadas. Entretanto, apresentá-las e discuti-las nos Consep significa<br />

abrir a polícia ao controle externo e a questão da criminalidade ao debate com a comunidade,<br />

o que, como pode ser visto, desperta fortes resistências, tanto na tropa como no comando.<br />

Ao pesquisar os Consep como espaços de encontro e interlocução entre a polícia e a<br />

comunidade, objetiva-se tomar contato com essas dificuldades. Como são construídas<br />

informações sobre a criminalidade nos Consep? O que, concretamente, tem sido informação<br />

nos Consep? Quais informações são levadas pelos comandantes para as reuniões e como?<br />

Como e quais as informações são levadas pela comunidade? Como a polícia e, sobretudo, a<br />

comunidade, apropria-se das informações para orientar ações de prevenção ou combate à<br />

criminalidade? Que novos conhecimentos têm sido produzidos? Novas formas de enfrentar os

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