INFORMAÃÃO E SEGURANÃA PÃBLICA: A ... - Crisp - UFMG
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prosseguiu dizendo que “o CPC teve a idéia dos novos policiais ficarem sozinhos e está ótima.<br />
O delegado tomou providências com relação à carteirada de policial. Está muito bom o<br />
relacionamento”.<br />
O presidente centraliza sem ser questionado pelos outros conselheiros. Práticas<br />
informacionais pouco participativas como essa, ocorrem com certa freqüência. Verifica-se,<br />
pelas entrevistas, que o presidente reúne-se diretamente com o delegado e/ou com os<br />
policiais militares para tratar e/ou decidir sobre assuntos importantes (trocar informações),<br />
sem a participação de outros membros do Consep. Assim, informações importantes são<br />
movimentadas apenas fora das reuniões, sem serem debatidas no Consep, embora possam<br />
ser, posteriormente, consideradas como se fossem do Consep.<br />
O Pcom 19 apresentou-se, dizendo que era a primeira vez que ia à reunião do Consep e<br />
que assumira havia apenas dois meses a presidência da associação dos moradores do<br />
Bandeirantes I. Passou a ler uma mensagem eletrônica recebida de uma moradora do bairro,<br />
esclarecendo que não se tratava de uma reprovação. A mensagem dizia que a filha e outras<br />
moradoras do bairro já haviam sido admoestadas por um rapaz, que ficava agindo no ponto de<br />
ônibus próximo a sua casa. Ela disse já ter tentado o 190 e a polícia alegara que só poderia<br />
atender se fosse um flagrante. Disse também que já pedira uma ronda e não fora atendida. Ele<br />
prosseguiu dizendo que tinha ouvido coisas como: “agora você vai ver o que é ser<br />
representante dos moradores do nosso bairro”. Disse que via aí uma grande descrença,<br />
sobretudo uma descrença nas autoridades, e achava que isso se disseminava 42 . Acrescentou<br />
que já ouvira dizer que nos grupos comunitários as pessoas queriam se auto-beneficiar e,<br />
especificamente, em relação ao Consep, que alguns acham que se tratava de “ficar do lado dos<br />
homens” para se auto-promoverem. Contou ainda que havia um celular da “patrulhinha”, mas<br />
que essa senhora tentara falar sem sucesso, pois estava desligado.<br />
Ele achava que a impossibilidade de resolução desses problemas mais simples levava<br />
pessoas à descrença. Para ele, os policiais e a população deveriam interagir, ter intimidade.<br />
Contou, então, o caso de sua própria filha, que gostava de fugir de casa, mas a vizinhança<br />
vinha logo dar notícias e ajudar. Prosseguiu dizendo que “vê os carros novos de resgate, vê