INFORMAÃÃO E SEGURANÃA PÃBLICA: A ... - Crisp - UFMG
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No segundo capítulo, utilizando como referência os paradigmas físico, cognitivo e<br />
social propostos por Capurro (2003), faz-se um percurso pela CI, dando destaque aos diversos<br />
autores que concebem ou permitem conceber a informação como uma construção social.<br />
No contexto dessa discussão, evidencia-se a centralidade da idéia de um sujeito que é,<br />
ao mesmo tempo, receptor/usuário e construtor/produtor de informações, pois é, sobretudo,<br />
um intérprete dos acontecimentos que vivencia no seu contexto social. O sujeito apropria-se da<br />
informação, indo além dos desígnios iniciais dos emissores, e elabora novos sentidos a partir<br />
de sua própria experiência da realidade social.<br />
O capítulo serve para construção e definição daquilo que se entende por informação<br />
nesta pesquisa e para introduzir a noção de antropologia da informação com seu foco na<br />
“informação em movimento”. Procura-se conceituar antropologia da informação, descrevendo<br />
as razões para se abordar a questão informacional sob uma perspectiva antropológica. A<br />
informação em movimento é vista como produto de um saber prático produzido por<br />
comunidades, mais ou menos organizadas, que é tomado como um objeto de estudo.<br />
Procura-se ampliar o escopo da CI que, tradicionalmente, tem valorizado, quase que<br />
exclusivamente, a informação registrada, douta, acadêmica e profissional. Para tanto, busca<br />
uma aproximação com as ciências sociais, como campo que se ocupa da “questão social” e dos<br />
“movimentos sociais”. Isso, por sua vez, conduz o pesquisador a abordar a informação como<br />
um fenômeno interpretativo.<br />
Assim, o entendimento do fenômeno da informação, tomada como uma construção<br />
social, demanda a passagem pelas referências da ciência social e, nesse sentido, são<br />
importantes os conceitos de “campo social”, da sociologia do conhecimento de P. Bourdieu,<br />
que permitem trabalhar com a idéia de “campo informacional” e também o conceito de<br />
“cultura” da antropologia interpretativa de C. Geertz, que permite trabalhar com a idéia de<br />
“cultura informacional”. Enquanto o primeiro enfatiza o caráter “relacional” do conhecimento,<br />
o segundo enfatiza a cultura como um “contexto” no qual as ações sociais podem ser descritas<br />
com sentido, ou seja, densamente.<br />
O terceiro capítulo apresenta a pesquisa exploratória realizada antes da ida ao campo e<br />
que teve como produto um re-direcionamento do olhar que orientou a investigação, de uso de<br />
sistemas de informação para a informação em movimento.