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INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

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5.2 O Consep e a informação em movimento<br />

Nos dois itens seguintes busca-se abordar o Consep enquanto um espaço social no qual<br />

movimenta-se a informação.<br />

5.2.1 As práticas informacionais e os efeitos de sentido nos Consep<br />

Do ponto de vista da CI os Consep podem ser estudados como um espaço social em<br />

que dois segmentos principais, o poder público, representado pela PMMG, e a sociedade civil,<br />

representada por membros da comunidade, estabelecem práticas informacionais e<br />

comunicacionais visando ao aprimoramento das políticas públicas de segurança. Nessas<br />

práticas, procura-se controlar os processos de transferência de informação de forma que os<br />

sentidos propostos tenham os efeitos ou produtos desejados. Nas reuniões dos Consep<br />

sobressaem as práticas discursivas e os atos de fala.<br />

Como espaços políticos, abrigam relações de poder nas quais os diversos interesses dos<br />

atores envolvidos fazem-se presentes, interagindo na tentativa de garantir a construção e o<br />

alcance de objetivos comuns. Busca-se um consenso através de negociações e articulações,<br />

cujos instrumentos são as práticas informacionais e comunicacionais, visando controlar os<br />

efeitos de sentido presentes nos discursos. Opera-se, portanto, no mercado de bens simbólicos,<br />

que é específico de cada área de domínio da política, estabelecendo regras, procedimentos e<br />

papéis. Nesse processo fica evidenciada uma luta pela hegemonia que se manifesta nos<br />

discursos e nas práticas de natureza simbólica, ou seja, comunicacionais e informacionais.<br />

Na ciência social contemporânea, a linguagem é estudada como discurso, ou seja, mais<br />

do que um apoio à interação e à comunicação, é um modo de produção social, um instrumento<br />

de manifestação da ideologia e de exercício do poder. Diferentemente da língua, o discurso<br />

não constitui apenas um universo de signos destinados a dar suporte e a comunicar o<br />

pensamento, mas está carregado de intencionalidade. Isso significa que a linguagem de uma<br />

maneira geral, e o discurso de modo particular, não podem ser considerados neutros, ingênuos<br />

ou naturais. Assim, os discursos, além de não brotarem do nada, adquirem sentido<br />

independentemente de seus produtores, por causa de sua materialidade histórica.

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