INFORMAÃÃO E SEGURANÃA PÃBLICA: A ... - Crisp - UFMG
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tanto no espaço quanto no tempo. Elas devem servir como apoio para o gerenciamento,<br />
organização e avaliação das operações e do trabalho de policiamento local, com vistas a<br />
reduzir as taxas de crimes mais freqüentes 22 . Alguns entrevistados mencionam que essas<br />
informações são levadas também aos Consep para a discussão com a comunidade.<br />
Nesse caso, entretanto, a utilização parece ser feita de maneira menos sistematizada e<br />
formal, pois depende do estilo gerencial dos comandantes dos batalhões, das características<br />
dos comandantes de companhias e seus policiais, da capacitação tecnológica e profissional, da<br />
existência de recursos tecnológicos e, até mesmo, do nível de organização da comunidade<br />
atendida, entre outros fatores.<br />
Um dos entrevistados resume a situação dizendo que os RIEG servem, em primeiro<br />
lugar, para assessorar o comando (nível do EM), tendo em vista o desenvolvimento de planos<br />
de contenção da incidência de crimes, mas acrescenta que cada comando tem autonomia para<br />
desenvolver seus próprios trabalhos, de acordo com as especificidades de sua região: “... nós<br />
não fazemos trabalhos para o comandante regional. (...) Ele acessa o sistema e desenvolve<br />
seus próprios trabalhos” (EFE3).<br />
Já o EFE2 observa que uma segunda finalidade do sistema de informações está na<br />
avaliação dos resultados das companhias em termos de redução ou contenção do avanço dos<br />
índices de criminalidade. Sobre essa questão acrescenta que é preciso levar em conta também<br />
as informações subjetivas, ou seja, aquelas que podem ser acessadas nas reuniões dos Consep.<br />
Ele quer dizer que existem comandantes que, embora não consigam reduzir os índices de<br />
criminalidade, gozam de um bom conceito junto à população e conseguem bons resultados<br />
para promover um sentimento de segurança subjetiva. Nesse caso, ele explica que nem todos<br />
os instrumentos destinados a reduzir os índices de violência são típicos de polícia, ou seja,<br />
nem sempre a intervenção necessária é de polícia.<br />
3.2.4 A utilização das IEG nos Consep<br />
Então, se por um lado, a fala dos oficiais permite visualizar algo como um sistema de<br />
informação no interior da organização policial razoavelmente formalizado e bem-definido<br />
quanto aos seus usos, o mesmo não se pode afirmar quando se trata de ver ou caracterizar o<br />
22 Meses depois da realização dessas entrevistas foram criadas as chamadas áreas integradas de segurança<br />
pública (Aisp), prevendo reuniões periódicas entre membros da PMMG e da Polícia Civil (daí a denominação<br />
áreas integradas) para analisar as IEG e formular metas.