INFORMAÃÃO E SEGURANÃA PÃBLICA: A ... - Crisp - UFMG
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como “coisa”, independentemente de um sujeito cognoscente, que vão estimular o surgimento<br />
de um paradigma oposto.<br />
Brookes, precursor do “paradigma cognitivo”, baseando-se na epistemologia de Popper<br />
e seus três mundos - físico, da consciência e dos registros intelectuais - toma esse último como<br />
uma espécie de rede que existe somente nos espaços cognitivos ou mentais e chama-os de<br />
“informação objetiva”. A partir daí, Belkin desenvolve a “teoria dos estados cognitivos<br />
anômalos”, na qual considera que a busca de informação tem origem numa necessidade ou<br />
situação problemática. Ingwersen desenvolve a “teoria dos modelos mentais” e Vakkari, por<br />
sua vez, estabelece relações entre os estados anômalos e as estratégias de busca de informação.<br />
Capurro (2003) vê Ingwersen e Vakkari numa posição intermediária entre Brookes e o<br />
“paradigma social”, que tem como referências Shera, Frohmann, Brier, Hjorland e o próprio<br />
Capurro. Para Frohmann, o paradigma cognitivista é essencialmente reducionista, idealista e<br />
associal.<br />
2.1 Shannon e Weaver: representantes do paradigma físico<br />
Esses autores desenvolveram uma concepção matemática da informação que descreve<br />
um sistema no qual mensagens emitidas por uma fonte são transmitidas por um canal e devem<br />
ser recebidas, com um mínimo de deformações, por um destinatário. A informação de que<br />
tratam é um conceito físico, no qual a questão central é o desempenho do canal e da<br />
transmissão. Assim, ruídos e interferências são tomados como distúrbios ou disfunções no<br />
processo de comunicação.<br />
Na realidade, de acordo com o Web dictionary of cyberneticsand systems citado por<br />
Robredo (2003), Shannon procurava separar os sinais, que transportavam a informação, dos<br />
ruídos e, para tanto, desenvolveu cálculos que foram aperfeiçoados com a finalidade de fazer<br />
estimativas sobre a quantidade de entropia presente num determinado sistema. Suas idéias,<br />
bastante engenhosas, serviram e ainda servem de referência para o desenvolvimento de<br />
sistemas, mas operam com uma concepção bastante limitada e reducionista de informação, que<br />
as tornam, por exemplo, inaplicáveis às situações humanas e aos contextos sociais.