INFORMAÃÃO E SEGURANÃA PÃBLICA: A ... - Crisp - UFMG
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mesma coisa é dita de diferentes formas e em diferentes momentos/contextos da fala, como<br />
numa aula expositiva, por exemplo (p.135).<br />
A principal vantagem da comunicação oral, no entanto, é permitir retroalimentação<br />
imediata e, além disso, a adaptação da informação ao receptor e a transmissão do<br />
conhecimento prático junto com o conceitual, pois, em geral, são apresentados pelo próprio<br />
autor. No esteio dessas considerações, um outro ponto, identificado pela experiência de<br />
observação de grupos, indica que as pessoas tendem a falar algumas coisas que não podem ou<br />
não desejam escrever, talvez por causa da flexibilidade envolvida na fala e da efemeridade da<br />
comunicação face a face, menos comprometedora.<br />
Meadows (1999) chega a duas noções, relevantes para esta investigação: “colégios<br />
invisíveis”, que define como uma “imagem de comunicação informal baseada num conjunto<br />
preferido de contatos” (p.142), que pode se dar dentro de grupos ou entre eles, e “fluxos de<br />
informação”, na qual aparece a figura do gatekeeper ou “pessoa-chave”, isto é, aquele que se<br />
posiciona no meio de um fluxo informacional, assumindo um papel estratégico.<br />
Mesmo relativizando o alcance e o poder explicativo da noção de colégio invisível,<br />
pois estudos em diferentes especialidades científicas mostram que elas possuem estruturas de<br />
comunicação bastante diversificadas e que, ainda quando se identifica algo semelhante ao<br />
colégio invisível, seus participantes podem realizar inúmeras comunicações regulares fora<br />
dele, Meadows (1999), diz que “a maioria dos pesquisadores têm um limite máximo para a<br />
quantidade de pessoas com quem pode manter trocas regulares de informações” (p.142).<br />
Estima-se o tamanho máximo de um colégio invisível em cem pessoas e acredita-se que a<br />
maioria dos cientistas deve manter contatos mais próximos com cerca de vinte pessoas.<br />
Conclui que os colégios invisíveis constituem-se numa forma muito eficiente de<br />
obtenção de informações quando a rapidez é necessária, como, por exemplo, em áreas nas<br />
quais as mudanças são muito rápidas. Em decorrência, uma estrutura comunicacional do tipo<br />
de um colégio invisível “pode ser adequada em certas etapas da vida de uma especialidade,<br />
mas não em outras, justamente porque elas raramente crescem em ritmo constante” (p.145).<br />
Também é provável que uma estrutura de colégio invisível seja favorecida onde haja<br />
grupos de pesquisa consolidados, situados num número limitado de instituições. Essas<br />
instituições deverão possuir cientistas eminentes que tenham um compromisso de longo prazo<br />
com a especialidade e recrutem novos pesquisadores para dar continuidade ao trabalho nesse