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INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

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No entanto, a conceituação de Le Coadic (1996) ganha um significado particularmente<br />

importante para este trabalho, quando analisa a dimensão do uso da informação, considerandoa<br />

como uma temática fundamental para a pesquisa em CI. Embora afirme que “terão como<br />

único objetivo melhorar o desempenho do sistema”, alguns de seus conceitos tornam-se úteis,<br />

na medida em que contribuem para melhorar o foco do trabalho de campo, servindo como um<br />

ponto de partida, sobretudo por fornecer elementos preliminares relevantes para orientar o<br />

pesquisador numa coleta de dados.<br />

São tomadas como objetos de estudo da CI as propriedades gerais da informação<br />

(natureza, gênese, efeitos), ou seja, os processos de construção, comunicação e uso da<br />

informação. Embora o autor faça suas observações tendo em vista o contexto da comunidade<br />

científica, sua evolução, instituições e publicações, considera-se que podem também ser<br />

utilizadas para análise de outros campos sociais.<br />

Ele reflete sobre a comunicação como um “processo intermediário que permite a troca<br />

de informações entre as pessoas” (p.13), assumindo o papel de assegurar intercâmbio entre os<br />

cientistas, e distingue as comunicações de natureza formal/escrita e as de natureza<br />

informal/oral, com destaque para os colégios invisíveis e as pessoas chave ou gate-keepers.<br />

Le Coadic (1996) vê uma importante interdependência entre necessidade e uso da<br />

informação, pois esses processos “se influenciam reciprocamente de uma maneira complexa<br />

que determinará o comportamento do usuário e suas práticas” (p.39). Critica, então, os<br />

enfoques mais tradicionais em CI, porque tendem a pressupor que os usuários possuem uma<br />

necessidade de informação bem definida, identificando-a como uma necessidade próxima às<br />

necessidades biológicas mais básicas. Contrapondo-se a essa visão, ele vê a necessidade de<br />

informação como “uma necessidade derivada” (p.40), importante na consecução de<br />

necessidades básicas.<br />

Nessa concepção ele acaba aproximando o fenômeno informacional da cultura, pois<br />

constituir-se-ia como um artefato cultural desenvolvido por uma determinada sociedade, num<br />

determinado momento de sua história, como forma de conceber e atender às necessidades<br />

básicas. Não estamos, portanto, diante de um fenômeno biológico, mas de uma questão<br />

sociocultural.<br />

O autor refere-se a dois tipos de necessidade de informação: em função de<br />

conhecimento e em função da ação. No primeiro caso, trata-se de uma questão de sentido ou

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