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INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

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do esforço para dominar e/ou estabilizar o significado das coisas, o que permitiria a superação<br />

das dúvidas e do caos provenientes da ausência original de sentido. No segundo caso, a<br />

informação seria condição necessária à eficácia das ações exigidas para a subsistência<br />

humana.<br />

Nesse ponto, embora esteja mais voltado para os mecanismos formais de acesso à<br />

informação (bibliotecas e centros de informação), lembra a importância dos mecanismos<br />

informais e critica os bibliotecários e documentalistas que, concentrando-se excessivamente<br />

nos modelos lineares de comunicação, interessam-se muito mais pelo ponto de vista do<br />

emissor do que pelo receptor da informação.<br />

Sem o receptor, não há, contudo, informação. Ele é o centro dos fluxos<br />

informacionais. Esse modelo linear é inadequado para descrever tais<br />

processos. Muitas comunicações de informação carecem de objetivo, são<br />

multidirecionais e os efeitos nem sempre eficazes. A informação pode ser<br />

fornecida e estar totalmente disponível. Mas isso nada nos diz sobre seu uso e<br />

as conseqüências desse uso (LE COADIC, 1996, p.43-44).<br />

Uma outra problemática é apontada por Le Coadic (1996) ao observar que,<br />

tradicionalmente, a biblioteconomia e a documentação enfatizaram o objeto, o livro, o<br />

documento e sua provisão. Sob inspiração do paradigma tecnológico-positivista, sempre se<br />

evitou perguntar acerca da utilização da informação contida nesses documentos, considerandose<br />

que se trata de um problema externo ao sistema de informação e, portanto, não identificado<br />

como um objeto de estudo. Pressupõe-se que não é importante saber o que o usuário faz da<br />

informação (um problema de cada um), ou melhor, que o usuário já sabe qual a informação<br />

necessária e o que fazer com ela.<br />

Observa, entretanto, que a prática da biblioteconomia e da documentação as confronta<br />

com problemas de natureza educacional e, assim, novos desafios vão surgindo. Sua missão<br />

expande-se e novos campos se configuram. Alguns novos vínculos, sobretudo com as questões<br />

de aprendizagem, surgem, trazendo um viés mais humanista à CI.<br />

Esse autor abre o espaço para que as práticas de uso/usuários da informação sejam<br />

definidas como processos de natureza interpretativa, ou seja, permite vislumbrar que o uso da<br />

informação é sempre interpretativo. Trata-se de uma nova perspectiva, na qual a questão da<br />

subjetividade assume um papel fundamental e vai configurando uma nova concepção da<br />

informação que estreita suas relações com o conhecimento e a cultura. A informação precisa

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