14.10.2014 Views

INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

69<br />

biblioteconomia, ele volta-se para as ciências sociais e vê aí bases sólidas para uma ciência da<br />

informação. Com o tempo, surgem outros autores que procuram consolidar o pensamento na<br />

direção dessa epistemologia social.<br />

Aqui, vale lembrar Buckland (1991) que, mesmo reconhecendo as raízes e o sentido do<br />

paradigma físico nas atividades clássicas dos bibliotecários e documentalistas (informação<br />

como coisa), refere-se a um “valor informativo”, que não é uma coisa, mas um predicado de<br />

segunda ordem, algo que o usuário atribui a qualquer coisa, num processo interpretativo<br />

demarcado pelos limites sociais da pré-compreensão. Com esse autor têm-se as bases de uma<br />

importante aproximação entre a CI e a hermenêutica, que será realizada, na seqüência, por<br />

Capurro (2003).<br />

Assim, ao mesmo tempo em que é documento (algo tangível), a informação possui um<br />

valor informativo (não tangível), que não é uma coisa ou uma propriedade de uma coisa, mas<br />

da ordem da cultura, que lhe é atribuído, dentro de um processo sociohistórico, por um<br />

“sujeito cognoscente da informação”.<br />

2.6 Wersig: sujeito cognitivo-social da informação<br />

Wersig (1979) desenvolveu, dentro de uma perspectiva sociocognitivista, uma relação<br />

importante entre o agente usuário e construtor da informação com seu contexto social (sujeito<br />

cognitivo social da informação). Para esse autor, todo processamento de informação<br />

(perceptual ou simbólico) ocorre mediado por uma sistema de conceitos (ou categorias)<br />

constituído pela visão (ou modelo) de mundo do sujeito processador. Essa visão de mundo (ou<br />

matriz conceitual) opera como um filtro seletivo estruturador da recepção (decodificação) e da<br />

emissão de informações e depende de experiências anteriores do indivíduo ou do grupo, ou<br />

seja, dos processos de socialização (individual) e da vivência histórica (coletiva).<br />

Wersig (1979) dá grande importância ao trabalho social, ou seja, à relação<br />

transformadora que o homem estabelece com seu meio. Suas principais indagações são sobre<br />

as questões de necessidade de informação para solução de problemas ou “situações problema”<br />

que, por sua vez, levam às demandas informacionais.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!