INFORMAÃÃO E SEGURANÃA PÃBLICA: A ... - Crisp - UFMG
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biblioteconomia, ele volta-se para as ciências sociais e vê aí bases sólidas para uma ciência da<br />
informação. Com o tempo, surgem outros autores que procuram consolidar o pensamento na<br />
direção dessa epistemologia social.<br />
Aqui, vale lembrar Buckland (1991) que, mesmo reconhecendo as raízes e o sentido do<br />
paradigma físico nas atividades clássicas dos bibliotecários e documentalistas (informação<br />
como coisa), refere-se a um “valor informativo”, que não é uma coisa, mas um predicado de<br />
segunda ordem, algo que o usuário atribui a qualquer coisa, num processo interpretativo<br />
demarcado pelos limites sociais da pré-compreensão. Com esse autor têm-se as bases de uma<br />
importante aproximação entre a CI e a hermenêutica, que será realizada, na seqüência, por<br />
Capurro (2003).<br />
Assim, ao mesmo tempo em que é documento (algo tangível), a informação possui um<br />
valor informativo (não tangível), que não é uma coisa ou uma propriedade de uma coisa, mas<br />
da ordem da cultura, que lhe é atribuído, dentro de um processo sociohistórico, por um<br />
“sujeito cognoscente da informação”.<br />
2.6 Wersig: sujeito cognitivo-social da informação<br />
Wersig (1979) desenvolveu, dentro de uma perspectiva sociocognitivista, uma relação<br />
importante entre o agente usuário e construtor da informação com seu contexto social (sujeito<br />
cognitivo social da informação). Para esse autor, todo processamento de informação<br />
(perceptual ou simbólico) ocorre mediado por uma sistema de conceitos (ou categorias)<br />
constituído pela visão (ou modelo) de mundo do sujeito processador. Essa visão de mundo (ou<br />
matriz conceitual) opera como um filtro seletivo estruturador da recepção (decodificação) e da<br />
emissão de informações e depende de experiências anteriores do indivíduo ou do grupo, ou<br />
seja, dos processos de socialização (individual) e da vivência histórica (coletiva).<br />
Wersig (1979) dá grande importância ao trabalho social, ou seja, à relação<br />
transformadora que o homem estabelece com seu meio. Suas principais indagações são sobre<br />
as questões de necessidade de informação para solução de problemas ou “situações problema”<br />
que, por sua vez, levam às demandas informacionais.