INFORMAÃÃO E SEGURANÃA PÃBLICA: A ... - Crisp - UFMG
INFORMAÃÃO E SEGURANÃA PÃBLICA: A ... - Crisp - UFMG
INFORMAÃÃO E SEGURANÃA PÃBLICA: A ... - Crisp - UFMG
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
209<br />
São muitos os conselheiros que têm atestado a ineficácia do 190, seja nas reuniões (ver p.185<br />
– 3 ª reunião) seja nas entrevistas individuais, nas quais inúmeras falhas foram,<br />
freqüentemente, mencionadas. O próprio presidente do Consep disse em reuniões que o ideal<br />
seria trazer os problemas para o Consep ao invés de ligar diretamente para a PM.<br />
O comandante disse que antes de apresentar as “pesquisas”, iria dar umas<br />
“pinceladas” na questão do 190 e explicou que “há a justificativa para esse tipo de<br />
problema”. Disse que, “de dois anos para cá, muito recentemente, está havendo uma<br />
renovação no tele-atendimento e grande parte dos atendentes são civis”. Os números de<br />
alguns telefones alternativos são informados. Ele achava que esses telefones eram melhores<br />
que o 190 e esclareceu “tudo que gera no 190 é gravado”, razão pela qual seria possível<br />
apurar irregularidades e “até más respostas ou deselegâncias”. Alguém perguntou a quem<br />
reclamar, e o comandante respondeu que era à “corregedoria de polícia militar, ao 34 º<br />
batalhão”, mas, advertiu, “se for denúncia comprovada, irregularidade comprovada”.<br />
É interessante notar que, ao atribuir a possível “falha” aos civis, mesmo que estejam<br />
prestando serviços na PMMG, esse policial militar encontra uma “justificativa” para o<br />
problema. Muito provavelmente essa ânsia de desresponsabilizar, de qualquer maneira, o<br />
policial militar das possíveis “falhas” pode ser um sub-produto da excessiva cobrança que a<br />
sociedade faz à polícia (e de excesso de chamadas telefônicas), ou pode ser um sub-produto<br />
da excessiva severidade com que são tratadas as “falhas” ou “irregularidades” pela<br />
corporação.<br />
O comandante iniciou sua exposição sobre as “pesquisas”, esclarecendo que iria<br />
“começar pelo ruim, para depois chegar no bom”. Disse ao delegado para ter toda liberdade<br />
para intervir, “pois o trabalho é conjunto”. Passou a explicar que agora fazem parte da AISP<br />
23, uma inovação organizacional 44 realizada pela SEDS, “pelo Dr. Anastasia”. Ele disse que<br />
com elas “vamos trabalhar mais, mas não nos assusta, pois já temos uma boa integração com<br />
a polícia civil”. Projetou o mapa da área e mostrou o campus da <strong>UFMG</strong>, dizendo que ali é da<br />
44 De acordo com Trajano; Sento Sé (2005) no Rio de Janeiro as AISP foram criadas em 1999 “como parte de um<br />
conjunto de medidas”, entre elas os Consep, “voltadas para aprimorar o monitoramento e o planejamento de<br />
ações na área de segurança pública” (p.257).