INFORMAÃÃO E SEGURANÃA PÃBLICA: A ... - Crisp - UFMG
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Um “estado de conhecimento” sobre determinado assunto, num determinado momento,<br />
forma uma imagem ou uma visão de mundo que, em face da dinâmica dos acontecimentos da<br />
realidade, torna-se inadequada ou deficiente, dando origem a um “estado anômalo do<br />
conhecimento” que, por sua vez, determina a necessidade de uma (nova) informação para<br />
corrigir a anomalia. Um novo estado de conhecimento é instaurado. A idéia de informação<br />
assume características de elemento organizador da cognição humana.<br />
Brookes (1980) criou o que chamou de “equação fundamental da CI”: K (S) + ∂K = K<br />
(S + ∂S), para exprimir a passagem de um estado de conhecimento K (S) para um novo estado<br />
de conhecimento K (S + ∂S), com o concurso da informação ∂I, onde ∂S representa o efeito<br />
dessa modificação.<br />
Pacheco (1995), referindo-se à primeira parte do artigo de Brookes, publicado em<br />
1980, intitulado “The foundations of information science”, no qual trata dos aspectos<br />
filosóficos da questão, observa que:<br />
Apesar de Brookes já espelhar nesse seu artigo toda uma concepção mais<br />
social da informação, ele ainda sofria a influência de certos dogmas da teoria<br />
matemática que pecam por dar vida e reconhecer ações em objetos.<br />
Logicamente os artefatos não executam a ação de registro, eles são apenas<br />
frutos dessa ação (p.21).<br />
De fato, esses autores, mantêm a tradição naturalista para questões de informação e, na<br />
mesma linha do neo-positivismo de Popper, consideram que os registros humanos do<br />
conhecimento possuem existência objetiva e adquirem, portanto, total independência em face<br />
das subjetividades que os produziram.<br />
Ao se tocar nessa concepção de informação, chamar a atenção para um desdobramento<br />
ou uma implicação da teoria de Brookes, discutida por Pacheco. Essa idéia de informação, por<br />
assim dizer, sem sujeito, constitui o terreno que vai servir de base para que a informação seja<br />
considerada como um bem econômico-cultural. Isso significa, sobretudo no contexto do<br />
capitalismo contemporâneo, entre outras coisas, que pode ser apropriada como um produto de<br />
valor comercial e rentável, passível de ser rapidamente acessada nos bancos de dados<br />
computadorizados, dispensando o exercício da memória. Sobre esse ponto, vale lembrar a<br />
reflexão da autora: