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INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

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informacional, chamando a atenção para a importância da interação face a face no conjunto<br />

das práticas informacionais.<br />

Em seus trabalhos, ARAÚJO (1999; 2001) toma o receptor também como um gerador<br />

de informações, na medida em que este se apropria do discurso ou do texto do outro. Ou seja,<br />

o receptor, ao qualificar a informação recebida do outro de acordo com seu contexto social e<br />

com suas necessidades, transforma-se num leitor e modifica, indo além, o sentido atribuído<br />

pelo autor/emissor da informação. Fala, então, em informação com valor agregado, num<br />

processo constante de reconstrução do conhecimento, na medida em que a informação é<br />

utilizada e re-contextualizada pelos sujeitos sociais.<br />

Dessa forma, a informação não é, em si mesma, um objetivo final, mas um instrumento<br />

que pode auxiliar o sujeito social na resolução de seus problemas concretos. Assim, a<br />

informação é um meio que não pode por si só provocar transformação nas estruturas sociais e<br />

individuais. Isso só ocorre através de processos de re-apropriação e agregação de valores,<br />

exercidos, dinamicamente, pelos sujeitos sociais.<br />

A partir dessa visão social da informação, ARAUJO (2002) acaba por realizar uma<br />

síntese dos diversos autores ligados ao paradigma social da informação, integrando suas<br />

contribuições de maneira crítica, no sentido de enfatizar a informação como uma construção<br />

sociohistórica. Admite a contribuição de Brookes, mas incorpora a importância do<br />

sujeito/usuário, inserido em seu contexto social, num modelo sociocognitivo. Retoma<br />

González de Gómez e, a partir dela, prossegue na análise crítica de um sujeito universal<br />

(Austin) ou de um sujeito-cognitivo individual (Farradane) da informação e, também, da visão<br />

sistêmica da informação. Preocupa-se com o papel ou função da informação na sociedade<br />

atual e busca referências na teoria crítica (Habermas) e na visão pós-moderna (Lyottard).<br />

Com suas pesquisas, a autora traz uma importante contribuição para a delimitação e a<br />

sistematização de questões e problemas relacionados com a linha de pesquisa conhecida como<br />

“informação e sociedade”. Concretiza isso, sobretudo, no momento em que estuda as ONG<br />

como um local de recepção, produção e disseminação de informações, identificando assim<br />

novos campos em que a informação pode e deve ser estudada, considerando os contextos<br />

sociais surgidos com as mudanças pelas quais vem passando a sociedade nas últimas décadas.

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