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INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

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mostrado que eles são capazes de produzir conhecimentos novos (WAINWRIGHT, 1998),<br />

designados como conhecimento social, cognição social ou, ainda, inteligência social. No<br />

contexto da educação popular, os observadores chegaram à noção de “construção<br />

compartilhada do conhecimento”, e, nos movimentos sociais do campo da saúde, a<br />

antropologia da informação chegou à noção de “terceiro conhecimento”.<br />

Permanece como um desafio para a CI ir além do limite do conhecimento douto<br />

(científico e tecnológico), próprio das bibliotecas, dos centros e sistemas de informação, e<br />

partir para a abordagem de outras formas de organização da informação, que produzem outros<br />

tipos de conhecimento (práticos) que são socialmente relevantes. Embora sejam produzidos<br />

trabalhos nesse campo, eles ainda são poucos e poderiam ser alvo de uma maior atenção e<br />

reconhecimento por parte de alguns setores da área da informação.<br />

Ao definir os espaços comunitários organizados pela sociedade civil como lugares de<br />

“construção compartilhada de conhecimentos”, a antropologia da informação afirma também<br />

que ali são difundidos, qualificados, mantidos ou reconstruídos conjuntos de informações. Tal<br />

é o caso das ONGs, das cooperativas populares, dos movimentos sociais organizados, dos<br />

conselhos comunitários, nos quais podem ser incluídos os Consep, locus deste estudo.<br />

Pode-se falar num processo de aprendizagem social, no qual as bases cognitivas da<br />

consciência dos problemas ampliam-se. Essa dimensão socializada do conhecimento, à qual já<br />

se havia referido Shera, e que caracteriza a “informação em movimento” é valorizada quando,<br />

por exemplo, faz-se referência a mecanismos cognitivos-sociais do conhecimento, como a<br />

comunicação, a discussão e o consenso. Daí porque, na linha de pesquisa que focaliza as<br />

relações entre informação e sociedade, a comunicação assume um papel importante, pois não é<br />

possível tratar isoladamente esses fenômenos. Conhecimento (social), comunicação e<br />

informação (em movimento) andam juntos.<br />

A segunda implicação, de natureza metodológica, diz respeito ao pesquisador, pois<br />

também ele é concebido como um sujeito social. Isso significa que não é neutro, nem passivo,<br />

nem especial, pois, como seus sujeitos/informantes, também mantém uma identidade com o<br />

(seu) objeto de pesquisa, na medida em que também o interpreta. Dessa forma, chega-se à<br />

conclusão que algumas metodologias de pesquisa são mais adequadas ao estudo da<br />

informação, tal como aqui entendida, do que outras, pois a questão da interpretação torna-se<br />

um critério relevante.

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