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INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

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questões informacionais relevantes (objetos de estudo) precisa levar em conta o modo como se<br />

organizam os grupos sociais e suas configurações individuais ou coletivas.<br />

A informação e o conhecimento são construídos sobre uma base que pressupõe uma<br />

subjetividade capaz de produzir sentidos. Essa subjetividade sustenta-se, por sua vez, sobre<br />

necessidades e problemas concretos do cotidiano (no campo da saúde, de educação, do<br />

transporte, da segurança pública, etc.), sobre estruturas organizativas comunitárias (como<br />

grupos, associações, conselhos, ONGs, etc.) e também sobre a vontade, a determinação, a<br />

persistência e a sabedoria de lideranças, de cientistas, de profissionais e de membros das<br />

comunidades locais, afetados, de diferentes formas, por determinadas condições de vida, na<br />

qualidade de mediadores da comunicação.<br />

Muitas vezes o que se tem é o encontro de três eixos do saber: (a) o conhecimento<br />

produzido e controlado pelos órgãos oficiais, sobre as condições de vida dos moradores; (b) o<br />

conhecimento acadêmico, com suas análises e perspectivas teórico-metodológicas; (c) o<br />

conhecimento das pessoas que vivem no lugar, assumindo as condições de vida objeto dos<br />

estudos e discussões. São, portanto, três instâncias em interação: Estado, ciência e comunidade<br />

(NÓBREGA, 2002).<br />

2.12 Concluindo: O usuário-receptor como intérprete da informação, outros saberes,<br />

outros olhares em CI<br />

Considerando que a informação deve ser entendida como uma construção social, é<br />

necessário tomá-la como um fenômeno da ordem da interpretação (metáfora da pintura) e não<br />

como representação (metáfora do retrato), como tem sido feito tradicionalmente. Esse modo<br />

de abordar a informação implica uma dupla ruptura epistemológica: teórica e metodológica.<br />

Teórica porque o objeto da CI, ao ser concebido como um fenômeno social e, portanto,<br />

como algo dinâmico, em constante movimento, é capaz de ultrapassar os desígnios de seus<br />

autores/produtores, uma vez que se insere e adquire sentido num contexto político-cultural.<br />

Nessa perspectiva, a figura do usuário/receptor ganha relevo, pois torna-se um sujeito<br />

ativo/seletivo da informação. Mesmo limitado pelas estruturas sociais ligadas a pré-condições<br />

materiais (econômicas), culturais (educacionais) e históricas (conjunturais) de entendimento

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