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INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

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da ordem e da normalidade nas comunidades, e não apenas pelos indicadores estatísticos<br />

oficiais e pesquisas de vitimização. Na realidade, o papel da polícia não consiste apenas em<br />

atender aos chamados individuais, mas também em identificar e atender às necessidades de<br />

uma coletividade. Cabe à polícia o papel de regular comportamentos, o que não significa<br />

conferir ao seu poder discricionário alcance ilimitado, pois deve tomar como parâmetro<br />

balizador para suas ações os costumes e os hábitos consagrados pela coletividade local e que<br />

constituem a forma encontrada para conviver pacífica e harmoniosamente. Com isso a polícia<br />

fortalece mecanismos informais de controle social e tem seu próprio trabalho facilitado.<br />

1.10 Policiamento Comunitário<br />

Embora a teoria das janelas quebradas, tenha representado um avanço e fornecido as<br />

bases para o desenvolvimento da polícia comunitária, não focaliza a polícia e a comunidade<br />

como co-produtoras da ordem pública, ponto vital nessa nova forma de fazer polícia.<br />

Mais do que a função de regular comportamentos, o policiamento<br />

comunitário enfatiza a necessidade de reciprocidade entre a polícia e a<br />

comunidade na ação conjunta de prevenção de crimes. Ou seja, os membros<br />

da comunidade policiada devem sentir-se motivados a cooperar com a polícia<br />

fornecendo informações e feedbacks em relação aos resultados do<br />

policiamento. A mudança de enfoque de um policiamento reativo para um<br />

policiamento pró-ativo na prevenção do crime, que implique na redução da<br />

sensação do medo das pessoas, pressupõe a existência da necessidade da<br />

interação entre polícia e comunidade na identificação conjunta de problemas<br />

visando sua prevenção (SOUZA, 1999, p.60).<br />

Nesse sentido, as representações coletivas dos policiais 11 influenciam dois princípios<br />

basilares da polícia comunitária: a “confiança” necessária para a relação de cooperação entre<br />

policiais e cidadãos e o “controle externo” da atividade, fundamental para reforçar os próprios<br />

laços de confiança e a legitimidade da força policial como provedora de segurança pública. A<br />

tensão entre emprego da força (ligada à manutenção da ordem) e respeito aos direitos<br />

11<br />

Ora como superior ou herói, ora como bandido ou vilão, capaz de estimular nos indivíduos sentimentos e<br />

reações ambíguos.

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