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INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

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abordagem da informação. O interesse está mais no processo (subjetivo) do que no produto ou<br />

resultado, em perceber o que os sujeitos experimentam, como interpretam suas experiências e<br />

o modo como estruturam o mundo social, fazendo uso da informação. Portanto, o mais<br />

importante é o modo como diferentes pessoas, ou atores, dão sentido aos acontecimentos e aos<br />

fenômenos pesquisados, de acordo com sua própria experiência e/ou perspectiva, concebida<br />

dentro de um processo de natureza sociohistórica.<br />

2.11.2 Terceiro conhecimento<br />

Ao focalizar o conhecimento social ou o conhecimento nascido da prática cotidiana das<br />

pessoas que, ao reunirem-se em grupos mais ou menos organizados, tentam encontrar, pelo<br />

debate, pela discussão e com auxílio da informação, soluções para seus problemas, a<br />

antropologia da informação, inspirada no conceito de “construção compartilhada do<br />

conhecimento”, nascido nos movimentos de educação popular dos anos 60, elabora a noção de<br />

“terceiro conhecimento” como base teórica e metodológica para abordar as questões<br />

informacionais (MARTELETO; VALLA, 2003).<br />

O terceiro conhecimento aproxima-se também das noções de “mediação” e<br />

“sistematização”, utilizadas no campo da comunicação social, e podem ser entendidas,<br />

respectivamente: como o lugar e/ou tempo nos quais são conferidos significados à<br />

comunicação/informação e como processo de gestão do saber social no esforço de<br />

interpretar/transformar a realidade.<br />

Ao desenvolver esse construto teórico-metodológico, Marteleto (1998, 2000) teve na<br />

sociologia da cultura e do conhecimento de Bourdieu uma importante referência, pois sua<br />

teoria permite abordar as tensões que se estabelecem entre diferentes atores - teóricos<br />

(produtores), mediadores (educadores, gestores, cientistas) e práticos (usuários-receptores) -<br />

da informação, nas suas trocas informacionais. Assim, as diferenças entre os conhecimentos<br />

ou entre as formas de conhecer, manifestadas nas diferentes linguagens e discursos, ganham<br />

dimensões políticas, históricas e culturais, pois são determinadas pelo lugar social dos<br />

indivíduos e grupos, gerando disputas de natureza simbólica.

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