INFORMAÃÃO E SEGURANÃA PÃBLICA: A ... - Crisp - UFMG
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A partir desse relato verifica-se que as maiores resistências localizam-se na questão do<br />
controle externo da PM. Em sua palestra na abertura do 2 o Encontro de Presidentes de Consep<br />
da 7 a RM, por exemplo, o Comandante-Geral da PMMG, que saudou os participantes como<br />
“parceiros de não tão longa data, mas já de muitas lutas”, confessou também que “está<br />
acostumado a ‘apanhar’ nos Consep”.<br />
Pode-se perceber que, além da complexidade dos problemas com os quais se defronta<br />
e das naturais dificuldades internas, próprias de todo grupo humano que tenta organizar-se, os<br />
Consep também enfrentam dificuldades externas provenientes de parte dos policiais militares<br />
que resistem à efetiva participação da comunidade nas questões de segurança pública. Por<br />
outro lado, pode-se perguntar: para aqueles policiais (e, até mesmo, para um civil), que vão às<br />
reuniões, a participação no Consep tem significado o reconhecimento de um novo tipo de<br />
informação? Pode significar uma busca de novas informações para os problemas da<br />
criminalidade e de novos modos de evitá-la ou combatê-la?<br />
Uma outra questão a ser destacada refere-se à preocupação dos policiais entrevistados<br />
em separar as atividades dos Consep da influência político-partidária local. Isso surge nos já<br />
referidos documentos internos da corporação, destinados a orientar a estruturação e o<br />
funcionamento dos Consep. A preocupação com a autonomia destes e da própria polícia em<br />
relação ao poder público municipal é evidente.<br />
3.3 Conclusões<br />
Viu-se, na fase exploratória desta pesquisa, que não se pode falar num padrão definido<br />
de utilização daquilo que poderia ser um sistema de informações sobre criminalidade na<br />
PMMG, sobretudo quando se trata de usá-la na relação com a comunidade. Nas falas dos<br />
oficiais configurou-se uma situação que indica a existência de diferentes fluxos da informação<br />
e diferentes entendimentos sobre seu uso. Mesmo a IEG que, conforme foi presumido,<br />
poderia seguir um curso mais bem definido e sistemático, de dentro para fora da organização<br />
e vice-versa, é considerada de diferentes maneiras pelos oficiais.<br />
Tendo em vista os objetivos desta pesquisa exploratória, pode-se concluir que não há<br />
um consenso na PMMG a respeito do que seria um SI sobre crimes, mesmo quando se