INFORMAÃÃO E SEGURANÃA PÃBLICA: A ... - Crisp - UFMG
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Contou que, para melhorar a situação da região, tomou os onze bairros da companhia e<br />
dividiu pelos tenentes, dando-lhes metas para serem alcançadas, e que iria cobrar deles a<br />
redução da criminalidade. Disse que são cinco tenentes e que vai apresentá-los aos membros<br />
do Consep, a quem eles poderão prestar contas.<br />
Falou, ainda, que iria lançar um projeto e cadastrar cinco ou seis casas ou prédios por<br />
quarteirão, cada uma com um líder, e explicou que haverá uma placa informando que a casa<br />
faz parte da rede de vizinhos seguros. Ele informou que algumas comunidades tentam criar<br />
sistemas de auxilio mútuo, que fazem diminuir o isolamento e a distância social, e que esses<br />
trabalhos foram lançados por um major, que distribuiu apitos para a comunidade para serem<br />
usados quando pessoas estranhas circulassem pelo bairro em atitude suspeita, alertando a PM e<br />
outros moradores, medida que se refletiu na diminuição dos arrombamentos. “Apitar com a<br />
chegada de estranhos. Temos tido sucesso.”, disse ele. Falou de tentativas que já vêm sendo<br />
feitas nos Bairros Ouro Preto e Serrano e concluiu, animado, dizendo que a solução é viável e<br />
não depende de recursos financeiros.<br />
Chega, portanto, ao Consep um conjunto de informações encaminhadas e direcionadas para a<br />
adoção de práticas de policiamento comunitário. Não recebem, entretanto, pelo menos nesse<br />
primeiro momento, a devida atenção. Outros participantes parecem não compartilhar o ânimo<br />
do comandante. A (nova) informação não é reconhecida e, portanto, não se constituirá, pelo<br />
menos nesse momento, como tal. Por quê? Porque o comandante fez descobertas e realizou<br />
aprendizagens, muito provavelmente durante as reuniões da AISP 23, ao trocar experiências<br />
com seus pares. Assim, para que a informação ocorra como tal ela precisa fazer sentido, e o<br />
sentido é construído com auxílio do contexto social, ou seja, do “outro”, como produto de<br />
convivência e da comunicação interpessoal.<br />
Nesse situação, uma memória dessa reunião poderia ser muito importante. Seria,<br />
provavelmente, um instrumento de construção de novos saberes, já que, ao armazenar a<br />
informação (como experiência e cultura), poderia fazer chegar aos membros ausentes do<br />
Consep, em reuniões futuras, o teor das novas propostas de policiamento, alimentando novas<br />
discussões e descobertas que dariam maior sentido e direcionamento aos esforços feitos por<br />
esses poucos e dignos representantes de uma comunidade que busca a paz social.