14.10.2014 Views

INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

171<br />

Em termos de entrevistas, os relatos obtidos foram, então, considerados como uma reconstrução<br />

do passado do entrevistado, pois acredita-se que é apenas falando que as pessoas<br />

podem, realmente, saber aquilo que pensam. Considera-se, assim, que nas entrevistas em<br />

profundidade os entrevistados (e o entrevistador) tiveram oportunidade de sistematizar alguns<br />

de seus pensamentos e idéias sobre o que se passou na realidade. É esse tipo de conhecimento<br />

interpretativo, produzido nas entrevistas, transcritas e tomadas como um texto, que constituirá<br />

um dos objetos da análise interpretativa nesta investigação.<br />

O encontro com desconhecidos, com quem se pode cultivar uma relação de<br />

alteridade, é que permite conhecer o modo de operar os sistemas simbólicos<br />

diversos que são postos em movimento por essa interlocução. O objeto do<br />

conhecimento é aquilo que nenhum dos dois conhece e que, por isso mesmo,<br />

pode surpreender. Logo, a novidade está na descoberta de alguma coisa que<br />

não foi [ainda] compartilhada (CARDOSO, 1986, p. 103).<br />

A construção de um “tópico guia” para realização de entrevistas, conforme<br />

recomendações de Gaskell (2002), funcionou não só como um roteiro mnemônico para o<br />

entrevistador, mas também como um elemento padronizador das conversas que, mesmo<br />

permitindo flexibilidade, não deixasse que o foco fosse abandonado, ou seja, que as conversas<br />

se diversificassem a ponto de se afastarem dos temas comuns.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!