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INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

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Sobre essa questão é interessante a seguinte fala de um entrevistado quando<br />

comentava sobre as resistências que se verificam entre policiais em relação à participação da<br />

comunidade no trabalho da PMMG: “... o nosso policial já entendeu que sem informação nós<br />

não conseguimos trabalhar e a informação não é só de pegar bandido não. A informação que<br />

eu falo é de saber onde estão acontecendo os problemas ...” (EFE7).<br />

3.2.6 Uma nova inteligência policial?<br />

É importante notar que os termos “informação” e também “inteligência”, utilizados<br />

com sentido muito restrito, com a conotação de “espionagem”, nos meios militares 23 , têm se<br />

ampliado consideravelmente na PMMG. O termo informação aparece em vários relatos com<br />

um outro sentido. O EFE5 fala de “informação gerencial de segurança pública” para<br />

diferenciá-la de informações ligadas à espionagem. Trata-se de atentar para a resolução de<br />

problemas cotidianos e de interagir com a população de modo efetivo. O EFE6 diz que, no<br />

modelo de policiamento comunitário, o policial “começa a perceber aquilo que é trivial”,<br />

aquilo que, no passado (recente), “ele tinha um certo escudo para perceber essas<br />

informações”. Ele vê essa mudança no<br />

simples fato de uma pessoa dizer que uma árvore está grande, que aquela<br />

árvore grande projeta uma sombra, que aquela sombra, à noite, pode facilitar<br />

o cometimento de um crime e de o policial acionar a prefeitura ou dar<br />

alguma orientação para o cidadão solicitar esse serviço. Enfim, trocando essa<br />

informação, isso aí faz com que o serviço policial seja aperfeiçoado,<br />

principalmente que o crime não ocorra, que é o principal desejo nosso. Essa<br />

troca de informação é benéfica, tanto para a comunidade como para nós<br />

policiais, porque ela facilita a prestação do serviço policial, fazendo com que<br />

seja executado de uma melhor forma (EFE6).<br />

23 A partir de Souza Filho (2000) pode-se dizer que as noções de informação e de inteligência são usadas com<br />

sentido muito próximo nos meios militares, sendo que o aspecto norteador dessas atividades é, historicamente, a<br />

idéia de segurança nacional. Relatório Anual da Abin (Agência Brasileira de Informações), de 1999, relata as<br />

origens da atividade de inteligência no Brasil, outrora denominada atividade de informação, observando que têm<br />

início em novembro de 1927, com a criação do CDN (Conselho de Defesa Nacional), cuja missão era defender a<br />

pátria, tratando de informações vinculadas a interesses estratégicos de segurança do Estado. Em setembro de<br />

1946 cria-se o SFIC (Serviço Federal de Informação e Contra-Informação), encarregado de coordenar atividades<br />

de informação que interessassem à segurança nacional. Em junho de 1964, no contexto da ditadura militar e da<br />

luta ideológica que caracterizava a guerra fria, extingue-se o SNICI (Serviço Nacional de Informação e Contra-<br />

Informação) e cria-se o SNI (Serviço Nacional de Informação) com as mesmas atribuições. É interessante<br />

registrar a seguinte passagem: “ao contrário da atitude dúbia dos povos ocidentais que julgam a informação ou

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