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INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

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que vivem numa determinada realidade, pertencem a classes, grupos e segmentos<br />

diferentes, são condicionados por tal momento histórico e, por isso, podem ter<br />

simultaneamente, interesses coletivos que os unem e interesses particulares que os<br />

distinguem e os contrapõem. Sendo assim, a orientação dialética de qualquer análise diz<br />

que é fundamental realizar a crítica das idéias expostas nos produtos sociais (discursos,<br />

textos, instituições, monumentos) buscando, na sua especificidade histórica, a<br />

cumplicidade com seu tempo e, nas diferenciações internas, sua contribuição à vida, ao<br />

conhecimento e às transformações.<br />

Viu-se, portanto, que, enquanto a hermenêutica, assentada no presente, penetra no<br />

sentido do passado, da tradição, do outro, do diferente, buscando alcançar o sentido das<br />

mais diversas formas de texto, a dialética, enfatizando a diferença, o contraste, a dissensão<br />

e a ruptura do sentido, dirige-se contra o seu tempo. Nesse sentido, são momentos<br />

necessários da produção da racionalidade em relação aos processos sociais constituídos de<br />

forma complexa.<br />

4.3 Buscando outros subsídios no método etnográfico<br />

Dadas a natureza e as características desta investigação e, sobretudo, dada a<br />

concepção de informação como um artefato cultural, o método etnográfico, original e<br />

intensamente utilizado pelos antropólogos, apresentou-se como uma referência importante.<br />

Na medida em que o etnógrafo vai, ele mesmo, como um intérprete (um instrumento de<br />

pesquisa), até o local onde os acontecimentos ocorrem para tentar descrevê-los<br />

(densamente), considerou-se que alguns dos princípios metodológicos da etnografia podem<br />

ser úteis nesta investigação.<br />

No presente caso, o pesquisador acompanhou durante sete meses os trabalhos de<br />

um Consep, observando atentamente as reuniões e entrevistando conselheiros. Procurou,<br />

em boa medida, orientar-se pelos princípios da pesquisa etnográfica interpretativa, ou seja,<br />

manter uma postura ou uma atitude etnográfica, tendo em mente, como referência, aquilo<br />

que Geertz (1978) chama de “descrição densa”. Entretanto, deve-se esclarecer, a pesquisa<br />

não pode ser caracterizada como uma etnografia.<br />

Por outro lado, quando o próprio pesquisador é o principal instrumento de<br />

investigação, como é o caso na pesquisa qualitativa, deve-se levar em consideração que

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